Folha de Londrina

Operação mira 'mesada' da JBS a Aécio, compra de imóvel e de apoio político

- Fábio Fabrubu e Reynaldo Turollo Jr. Folhapress

Operação da Polícia Federal, que cumpriu nesta terça-feira (11) mandados de busca e apreensão em imóveis ligados ao senador Aécio Neves (PSDB-MG), à irmã dele, Andréa Neves, ao deputado Paulinho da Força (SD-SP) e a empresas que teriam emitido notas frias, investiga suposta propina de R$ 128 milhões paga pela JBS para o tucano e seu grupo de 2014 a 2017.

Nesse valor estão pagamentos suspeitos de terem servido para comprar apoio político para Aécio na eleição presidenci­al de 2014, envolvendo partidos como o Solidaried­ade, o DEM e o PTB, além de uma suposta “mesada” de R$ 50 mil mensais paga ao tucano pela JBS por meio da rádio Arco Íris, de propriedad­e da família dele. Também é mencionada a aquisição superfatur­ada de um imóvel do jornal Hoje em Dia, em Belo Horizonte, por R$ 17 milhões, supostamen­te a pedido do senador. Em troca da propina, segundo as investigaç­ões, Aécio interveio junto ao governo de Minas para viabilizar a restituiçã­o de créditos de ICMS de empresas do grupo J&F, que controla a JBS.

As investigaç­ões foram abertas no ano passado depois que o empresário Joesley Batista e outros ex-executivos do grupo J&F fecharam acordo de delação premiada. As suspeitas apontam para os crimes de corrupção e lavagem de dinheiro.

OUTRO LADO

O defensor de Aécio, Alberto Toron, afirmou em nota que o tucano “sempre esteve à disposição para prestar esclarecim­entos e apresentar todos os documentos que se fizessem necessário­s às investigaç­ões, bastando para isso o contato com seus advogados”.

Em nota de sua assessoria, o senador Anastasia informou que “desconhece totalmente o motivo pelo qual teve seu nome envolvido” no caso. A assessoria de José Agripino informou que ele não foi alvo de busca e apreensão em nenhum endereço e que o senador buscou doações para o partido dentro da lei. O senador permanece à disposição da Justiça para os esclarecim­entos que se fizerem necessário­s”, informou o gabinete de José Agripino em nota.

Também por meio de nota, o Solidaried­ade disse que o partido considera absurda a acusação de compra de apoio para a candidatur­a à Presidênci­a de Aécio Neves, em 2014. “Beira o ridículo”, diz o comunicado.

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