Folha de Londrina

STJ anula processos de auditor fiscal e empresário no âmbito da Publicano

- Vitor Struck Reportagem Local

O empresário José Maria Fernandes e o auditor fiscal Mario Aparecido Sanzovo, até então réus no âmbito das investigaç­ões das operações Publicano 2 e 5, respectiva­mente, tiveram os processos anulados no Superior Tribunal de Justiça na sexta-feira (7). De acordo com o relator no STJ, o ministro Rogério Schietti Cruz, não há indícios suficiente­s para continuar com as investigaç­ões sobre eles. “Por ausência de justa causa, sem prejuízo de que seja oferecida nova exordial acusatória, com novo suporte probatório”, diz a decisão.

A medida teve origem em um habeas corpus impetrado pelos advogados Rodrigo Antunes, Rafael Soares e Luiz Borri. Segundo Antunes o nome de José Maria Fernandes nunca chegou a ser citado nas delações do auditor fiscal que entregou o esquema de corrupção na Receita Estadual do Paraná, Luiz Antônio de Souza, mas sim o da empresa de Fernandes.

“Houve uma delação do Luiz Antônio falando da empresa Prodasa, mas não fala nada dele , ele é o diretor-presidente. Luiz Antônio falou que haveria um suposto pagamento de propina a um auditor fiscal, diante disso houve o oferecimen­to da denúncia, o juiz recebeu e os ministros de forma unânime entendeu pela ilegalidad­e, porque ele não foi citado por ninguém, só a empresa”, explica.

Já o auditor fiscal Mario Aparecido Sanzovo, réu na quinta fase da Operação Publicano, teria sido apontado por uma testemunha como beneficiad­o no esquema. “Uma pessoa teria reconhecid­o ele como um suposto auditor que teria recebido valores, o que não se comprovou. Foi uma situação frágil, um reconhecim­ento fotográfic­o, e não houve qualquer outro elemento comprobató­rio”, afirma Antunes.

A reportagem da FOLHA entrou em contato com o juiz da 3ª Vara Criminal de Londrina, Juliano Nanuncio, mas ele não quis comentar a exclusão dos processos.

Deflagrada em 10 de junho de 2015, a Publicano 2 envolve o empresário Luiz Abi Antoun, parente distante do exgovernad­or Beto Richa (PSDB), que, segundo o MP, seria o “líder político” do esquema; o auditor Márcio de Albuquerqu­e Lima - já condenado a 96 anos de prisão na Publicano 1 e acusado de exercer a liderança da organizaçã­o entre os auditores.

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