Folha de Londrina

AMEAÇA DE PARALISAÇíO - Motoristas e cobradores que trabalham no transporte público em Londrina fazem assembleia­s nesta segunda-feira (17) para decidir se entram em greve. Categoria reivindica reajuste de 6%.

Trabalhado­res do transporte coletivo em Londrina reivindica­m reajuste de 6%

- Vítor Ogawa

Depois da aprovação na última sexta-feira (14) do indicativo de greve no transporte coletivo da cidade, motoristas e cobradores participar­ão de assembleia­s nesta segundafei­ra (17) para decidir se cruzam os braços. A assessoria jurídica do Sinttrol (Sindicato dos Trabalhado­res em Transporte­s Rodoviário­s de Londrina) afirmou que, a princípio, os ônibus irão circular normalment­e nesta segunda, já que a última assembleia está marcada paras as 19h. Os horários das outras assembleia­s são 9 e 15h.

“Dependendo do que for decidido por parte dos 1,9 mil funcionári­os das duas empresas que atualmente administra­m o serviço podem interrompe­r o trabalho a qualquer instante, tanto da TCGL (Transporte­s Coletivo Grande Londrina) como da Londrisul”, afirmou o advogado do Sinttrol, André Silva. A categoria pede um reajuste de 6%, sendo 4% da inflação e 2% de aumento real. A reportagem também tentou entrar em contato com João Batista, presidente do Sinttrol, mas seu telefone permaneceu na caixa postal.

A assessoria de imprensa da Metrolon (Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo de Londrina ) divulgou que as empresas estão aguardando a decisão dos trabalhado­res para agir. Segundo a assessoria, as empresas possuem as mesmas informaçõe­s que a população londrinens­e em relação ao que irá acontecer, ou seja, o quadro ainda é obscuro. A assessoria ressalta ainda que, mesmo com a greve, a legislação exige que um percentual dos ônibus deve permanecer em circulação.

Cerca de 160 mil pessoas usam o transporte público diariament­e na cidade, divididos em 400 ônibus que circulam no município. Caso entre em greve, pelo menos 280 desses veículos devem permanecer em circulação, com ênfase nos horários de pico.

A possibilid­ade de greve foi anunciada logo depois do anúncio da direção da TCGL de que não irá participar da concorrênc­ia pública da prefeitura para a escolha da empresa responsáve­l pelo transporte coletivo para os próximos 15 anos. Com a decisão, o grupo ainda afirmou que irá encerrar suas atividades a partir do dia 19 de janeiro de 2019 - quando se encerra a atual licitação e dispensar 1.660 funcionári­os. Atualmente a Grande Londrina possui uma frota de 337 ônibus.

A empresa é responsáve­l por 85% da cobertura da cidade e atua nas operações de transporte urbano em Londrina há 60 anos. A empresa quer o reajuste da tarifa de R$ 3,95 para R$ 4,60 já para o próximo mês de janeiro. No último reajuste a empresa já clamava por um valor maior, alegando que a atual tarifa provoca um desequilíb­rio financeiro e que o prejuízo este ano superou R$ 11 milhões.

O valor de R$ 3,95 foi decretado em dissonânci­a ao cálculo que havia sido feito pela própria CMTU, que apontava que o valor deveria ser de R$ 4,15. Durante o anúncio de que a empresa não participar­á da licitação, o diretor da Grande Londrina, Gildalmo Mendonça, afirmou que a prefeitura cancelou a parcela que pagava relativa ao transporte dos estudantes, o que representa­ria um valor adicional de R$ 0,40 na tarifa. Mendonça criticou ainda o fato de a licitação não prever remuneraçã­o dos serviços no primeiro ano, o que, somado ao pagamento da outorga de aproximada­mente R$ 7,5 milhões, representa­ria um cenário sem a previsão de lucros.

A reportagem tentou entrar em contato com a CMTU (Companhia Municipal de Trânsito e Urbanizaçã­o), mas a assessoria e o presidente Marcelo Cortez não foram localizado­s.

Dependendo do que for decidido, os trabalhado­res podem interrompe­r o trabalho a qualquer instante”

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Marcos Zanutto
 ?? Marcos Zanutto/22-08-2018 ?? Cerca de 400 ônibus circulam por Londrina, transporta­ndo 160 mil pessoas diariament­e
Marcos Zanutto/22-08-2018 Cerca de 400 ônibus circulam por Londrina, transporta­ndo 160 mil pessoas diariament­e

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