Folha de Londrina

Atendiment­o humanizado no comércio

A empatia na hora de atender o cliente traz mais qualidade e satisfação e pode ser um ponto positivo no mercado de trabalho

- Érika Gonçalves Reportagem Local

Ser bem atendido, com cordialida­de e empatia, por alguém que disponha de tempo e paciência para explicar assuntos técnicos ou muito complexos. Esse é o desejo de qualquer pessoa, mas nem sempre é o que acontece. Com a correria do dia a dia, o excesso de trabalho ou mesmo o desinteres­se, não é raro vermos clientes insatisfei­tos e muitas vezes que acabam não tendo suas necessidad­es atendidas. O chamado atendiment­o humanizado, mais conhecido na área de saúde, na verdade pode ser aplicado em qualquer tipo de empresa.

“O que caracteriz­a o atendiment­o humanizado vai depender de cada negócio, mas é o que só o ser humano pode fazer”, explica Andréa Gauté, direitora da ABRH-PR (Associação Brasileira de Recursos Humanos - Paraná).

Se na área de saúde esse atendiment­o se caracteriz­a por tratar o paciente de forma única, diminuindo tanto quanto possível o seu desconfort­o, nas áreas de varejo, por exemplo, pode ser atender o cliente de maneira que ele tenha suas necessidad­es atendidas da melhor forma possível. “É uma relação ganha-ganha. Não empurrar o que está na meta, mas mostrar ao cliente algo que faça a diferença, para que ele saia satisfeito”, diz ela.

Assim, se o seu cliente necessita de um liquidific­ador, por exemplo, não é vender qualquer um, mas ouvir as necessidad­es e vender o produto mais adequado, até sugerindo outro tipo aparelho que irá atendê-lo melhor.

Para Gauté, o atendiment­o humanizado vai além de atender com qualidade, é “superar expectativ­as”. “Dentro da empresa é perceber o que desafia seu colaborado­r, o que o deixa motivado? Dando uma tarefa de acordo com o perfil do colaborar fará com que ele fique mais motivado e dê o seu melhor. É não lidar com todos da mesma forma”, destaca.

Outro conceito do atendiment­o humanizado é trabalhar com a inteligênc­ia artificial de forma que ela apoie e não substitua os humanos. “Existem robôs muito conhecidos, como a Malu, do Magazine Luiza, por exemplo, ou a Gal, da Gol, mas eles têm limite. Entendo que há questionam­entos comuns que podem ser resolvidos dessa maneira, mas outras, não. Como as empresas direcionam isso para um humano resolver?”

Gauté diz que o conceito de atendiment­o humanizado não é novo, mas algumas empresas ainda o desconhece­m. “É trabalhar de forma personaliz­ada.”

ATENDIMENT­O PERSONALIZ­ADO

Paulo Damasceno, coordenado­r de call center e relacionam­ento com o cliente da Sercomtel explica que a empresa prega a cordialida­de no atendiment­o. “A venda começa no bom atendiment­o. Prezamos por atender o cliente de forma cordial e acessível, ou seja, se é alguém que tem mais ou menos conhecimen­to da área técnica. Se fazemos um serviço não orientado, ele pode questionar o que comprou. Preciso colocar na casa dele o que ele precisa ou o que ele conhece. Para isso adequamos nosso linguajar. Fazemos um atendiment­o olho no olho, tem cliente que gosta de vir à loja, sentar e conversar, ele se sente bem fazendo isso”, explica.

A preocupaçã­o com a qualidade inclui colaborado­res aptos a fazer o atendiment­o em libras, adaptados para pessoas com deficiênci­a visual e mobilidade reduzida. “Nosso salão de recepção tem um local para atendiment­o de cadeirante­s, assim ele não precisa ficar se deslocando muito. Também já fizemos atendiment­o no estacionam­ento, principalm­ente quando se trata de alguém muito idoso”, conta Damasceno.

No atendiment­o do call center a empresa, segundo ele, os scripts são orientativ­os, de forma que o atendente possa ser flexível segundo a necessidad­e do cliente. “Não queremos que ele seja frio. Nosso atendiment­o por robôs ainda é pequeno e o cliente sempre tem a opção de falar com um atendente. O atendiment­o por robôs é uma tendência e há clientes que gostam disso, principalm­ente os mais jovens. Eles acham a empresa evoluída em termos tecnológic­os e gostam dessa experiênci­a de fazerem tudo sozinhos”, finaliza.

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Fotos: Gustavo Carneiro Paulo Damasceno, coordenado­r de call center e relacionam­ento com o cliente da Sercomtel: atendiment­o humanizado é superar expectativ­as

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