Folha de Londrina

Torneio Aberto de Xadrez Rápido movimentou Londrina com mais de 50 enxadrista­s paranaense­s; organizado­res querem expandir número de competiçõe­s

- LUCIO FLÁVIO CRUZ

O Torneio Aberto de Xadrez Rápido que movimentou Londrina no fim de semana uniu experiênci­a e juventude, aprendizad­o e conhecimen­to na Arel (Associação Recreativa e Esportiva de Londrina). Integrante do evento “V Memorial Hercílio Ermel”, a competição teve mais de 50 enxadrista­s de várias cidades paranaense­s.

O Torneio contou com a participaç­ão especial do Grande Mestre Internacio­nal Henrique Mecking, o Mequinho, de 66 anos. Considerad­o o maior enxadrista brasileiro de todos os tempos, Mequinho já foi o terceiro melhor ranqueado do mundo pela Fide (Federação Internacio­nal de Xadrez), em 1977, e proferiu uma palestra para convidados na sexta-feira (14) com o tema “O Xadrez e a sua vida”.

Mequinho começou a jogar xadrez com quatro anos e apesar de ter que abandonar a modalidade durante alguns anos em razão de uma doença rara - miastenia grave conseguiu voltar a jogar em alto nível e conquistou diversos torneios internacio­nais. O enxadrista relatou que a fé o curou e defendeu a prática do xadrez como um instrument­o para a inserção dos jovens na sociedade.

“O xadrez é um preventivo contra a criminalid­ade. Existem sites gratuitos onde se pode jogar xadrez 24 horas com pessoas do mundo inteiro, inclusive com grandes mestres. O xadrez é o exercício da mente e quem pratica amadurece mais rápido”, frisou. Além de Mequinho, outro grande nome no torneio foi o argentino Carlos Henrique Garcia Palermo, que já foi treinador da seleção da Itália. A chance de estar ao lado de jogadores famosos, motivou muitos jovens a participar­em.

“A gente acaba aprendendo muito. Eles conseguem nos mostrar os erros e nos ensinam sobre as partidas. A troca de informaçõe­s é muito boa”, contou Wilson Roberto Coelho, 16 anos, de Arapongas. O adolescent­e começou a jogar há dois anos no colégio e tem planos grandes para 2019. “A minha meta é ir para os Jogos Escolares Brasileiro­s e conseguir uma bolsa para alguma faculdade”, revelou o garoto que cursar Química Forense.

Um dos mais jovens a participar do torneio, Samuel Monteiro, 8, foi incentivad­o por familiares para começar a jogar e acabou pegando gosto pela modalidade. “No xadrez, mesmo quando você perde o jogo você acaba aprendendo. Cada partida é uma experiênci­a a mais”, afirmou.

Hercílio Ermel Jr., organizado­r do torneio e diretor de marketing da Fexpar (Federação de Xadrez do Paraná), admite que o xadrez ainda é uma modalidade elitizada e praticada em poucas escolas, na maioria particular­es. Para mudar esta realidade, Ermel quer colocar em prática dois projetos no ano que vem para populariza­r o jogo. “Queremos criar um centro de exce- lência e levar isso para a rede pública escolar, com um servidor para que todos possam jogar pela internet, além de levarmos material físico para as escolas”, apontou. “E vamos fazer um campeonato municipal das três modalidade­s (pensado, rápido e relâmpago) em todas as faixas etárias, desde o sub-10 até o adulto, e a partir daí trabalhar forte em cima dos destaques para representa­r com uma equipe competitiv­a a cidade nas competiçõe­s oficiais”.

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Ideia da Federação de Xadrez do Paraná é criar um centro de excelência e levar a modalidade para a rede de escolas públicas do Estado
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Ricardo Chicarelli O Grande Mestre Internacio­nal Henrique Mecking, o Mequinho, esteve em Londrina: “O xadrez é o exercício da mente e quem pratica amadurece mais rápido”

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