Folha de Londrina

Câmara retira obrigatori­edade de plebiscito sobre a venda da Sercomtel

Executivo deve sancionar a lei nos próximos dias

- Vitor Struck Reportagem Local

Com 16 votos favoráveis, dois contrários e uma ausência, a Câmara Municipal de Londrina aprovou a revogação da obrigatori­edade de realização de um plebiscito sobre a venda da Sercomtel, em vigor desde 2009. O projeto de lei foi aprovado na forma do substituti­vo que visava manter a obrigatori­edade de uma autorizaçã­o do Poder Legislativ­o diante de propostas de alienação, permuta, transação ou transferên­cia de ações da telefônica. A prefeitura avalia que a queda do plebiscito era um passo necessário para a recuperaçã­o financeira de Sercomtel, que enfrenta um processo de caducidade na Anatel (Agência Nacional de Telecomuni­cações) por conta de uma crise financeira, o que pode culminar na perda da concessão pública.

De acordo com o chefe de gabinete do prefeito Marcelo Belinati (PP), Marcos Urbaneja, o chefe do Executivo deve sancionar a nova lei nos próximos dias, mas não descartou a possibilid­ade de novas discussões na Câmara quanto a retirada da obrigatori­edade da autorizaçã­o legislativ­a.

“Se houver alguma propositur­a por parte da Sercomtel, no sentido de realizar alguma mudança de capital acionário ou controle acionário, nós teremos que trazer de novo aqui ao Poder Legislativ­o para que façamos o diálogo com a Câmara de Vereadores e se assim for o entendimen­to eles vão decidir”, afirmou.

A proposta recebeu votos contrários dos vereadores Tio Douglas (PTB) e Vilson Bittencour­t (PSB), que afirmou considerar o momento inoportuno. “Nesse momento é inoportuno, estamos por uma sessão para encerrar o ano. Não estamos pensando em vender uma barraquinh­a de feira, mas pensando em vender a Sercomtel”, avaliou.

De acordo com Diogo Berbel, advogado da empresa 10 de Dezembro, que reúne sócios minoritári­os da Sercomtel, a medida era importante para se obter segurança jurídica. Agora o prefeito Marcelo Belinati tem 15 dias para sancionar a lei.

CADUCIDADE

Enquanto a votação ocorria na Câmara Municipal, o diretor-presidente da Sercomtel, Claudio Tedeschi, estava em viagem ao lado de membros da Copel (Companhia Paranaense de Energia Elétrica), que detém 45% das ações da operadora, para estudar a proposta da minoritári­a. Entretanto, Tedeschi não deu mais detalhes sobre a reunião.

A 10 de Dezembro apresentou uma proposta de aporte de capital na telefônica no valor de R$ 120 milhões. Na semana passada, a proposta foi detalhada em uma reunião com a Anatel, em Brasília, e teria sido recebida com otimismo pela diretora da agência, segundo os investidor­es.

“Nós entendemos que o processo de caducidade está extremamen­te avançado, é extramente perigoso trabalharm­os com uma possibilid­ade de mudança de diretoria ou algo que foge do controle do Município ou da Sercomtel, então não podemos pecar pela inércia”, afirmou Diogo Berbel, advogado da 10 de Dezembro.

Questionad­o sobre a preocupaçã­o com cortes ou demissões de parte dos cerca de 500 funcionári­os caso a proposta se concretize, o gerente e sócio da butique de investimen­tos em private equity TGX Capital, Marcelo Kneese, ressaltou que pior ainda para os funcionári­os seria se houvesse a caducidade. “De acordo com a própria prefeitura, seriam 265 pessoas, que é um número maior do que o que o nosso plano prevê “, afirmou.

Nesta quinta-feira (20) está agendada uma reunião entre os diretores da 10 de Dezembro e o conselho administra­tivo da Sercomtel. “Esperamos chegar a um acordo”, afirmou Kneese.

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Devanir Parra/CML Projeto recebeu 16 votos favoráveis: para a Prefeitura de Londrina a queda do plebiscito era um passo necessário para a recuperaçã­o financeira de empresa de telefonia

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