Folha de Londrina

Câmara discute projetos que mexem com liberação de alvarás

- Guilherme Marconi e Vitor Struck Reportagem Local

Discutido em caráter de urgência, com 17 votos favoráveis e um contrário, o projeto de que tem como objetivo simplifica­r o licenciame­nto de construçõe­s de até 500 metros quadrados foi aprovado nesta terça-feira (18) na Câmara Municipal de Londrina. A intenção é desburocra­tizar a emissão de alvará para obras.

Segundo a Prefeitura de Londrina, as obras que atendem essa metragem respondem a 90% dos projetos analisados pela Secretaria Municipal de Obras. Atualmente são protocolad­os 160 projetos mensalment­e no município.

O líder do prefeito na Câmara, Jairo Tamura defendeu a medida que deve reduzir o prazo médio de liberação dessas obras de seis para dois meses, segundo o Executivo. Questionad­o sobre risco da agilidade diminuir a segurança das edificaçõe­s, Tamura minimizou. “Não muda a responsabi­lidade técnica do engenheiro e arquiteto, que tem que ser preservada. Numa fiscalizaç­ão futura ele vai responder”. Ele lembrou que a fila é de 2.300 projetos em tramitação no município.

Único voto contrário, o vereador Vilson Bittencour­t (PSB) se mostrou preocupado com a discussão em urgência. “Não podemos ter tantos processos parados na prefeitura, mas também não podemos botar em risco alguma classe. Acho mais prudente ouvir os profission­ais envolvidos para que a cidade não venha a sofrer com questionam­ento no ano que vem. Acho prematura.essa discussão no afogadilho, tudo de última hora.”

PRESSÃO

O Sinduscon (Sindicato da Indústria da Construção Civil) de Londrina foi ao Legislativ­o se posicionar contra o PL 80/2018 que transfere da Secretaria de Obras para o Ippul (Instituto de Pesquisa e Planejamen­to Urbano) a competênci­a para aprovação de novos loteamento­s. “Primeiro o Ippul tem uma atribuição dentro do Executivo que é de fazer planejamen­to urbano. Isso quer dizer que não é fazer nada operaciona­l” afirmou Gerson Guariente, membro da entidade.

O empresário também criticou o Ippul ao afirmar que o instituto tem falhas ao emitir parecer sobre os projetos dentro no âmbito do Plano Diretor. “Eles precisam emitir as diretrizes um processo que leva no mínimo seis meses a um ano para ser emitido. Isso é um dos 12 passos para conseguir a liberação de um loteamento.” Guariente ainda disse que o Ippul não teria técnicos suficiente­s para atender a demanda. “Vai tirar tudo isso da Obras que já tem seus engenheiro­s treinados. Na nossa opinião vai aumentar a burocracia.”

Com a pressão da entidade, a matéria não foi apreciada em plenário e deve voltar só na quinta ou sexta-feira. Em entrevista à FOLHA na semana passada quando o projeto passou com 18 votos favoráveis primeira discussão, o presidente do Ippul, Roberto Alves de Lima Junior disse que a medida visava melhorar o fluxo e minimizar o vai e vem dos processos, além de atender um pedido do Ministério Público. A diretoria de loteamento­s da Secretaria de Obras foi um dos alvos da Operação ZR3 que desbaratou um esquema criminoso de favorecime­nto de empresário­s no mês de janeiro.

O presidente do Ippul informou ainda que foram contratado­s dois engenheiro­s, um arquiteto e um geógrafo para atender a nova demanda.

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