Alta taxa de recusa familiar no município
A OPO (Organização de Procura de Órgãos e Tecidos) de Londrina, que abrange outros municípios das regiões Norte e Norte Pioneiro, registrou entre janeiro e novembro de 2018 73 doações efetivas. É o menor número entre todas as outras OPOs do Paraná. Apesar de uma taxa de recusa menor que a média brasileira, que é de 43%, a organização de Londrina tem o maior percentual do Estado, totalizando 37% de famílias que dizem não à possibilidade de doação. Em seguida vêm Maringá (26%), e Cascavel (25%) e Curitiba (25%).
Coordenadora da OPO de Londrina, a enfermeira Emanuelle Fiorio Zocoler destaca que o desafio para 2019 é baixar o número de recusas. “Estamos buscando promover treinamentos, capacitar profissionais que atendem famílias nos hospitais. Isto desde o princípio, quando entram, para que sejam bem acolhidas e que entendam que foi feito o possível para salvar a vida da pessoa, não culpando a instituição. Família bem acolhida autoriza a doação”, acredita.
A região conta com 13 instituições habilitadas para realizar procedimentos de captação de órgãos. Elas fazem cirurgias para captar coração, rim e córnea. No caso do fígado e pâncreas é preciso chamar profissionais de outras cidades, como Curitiba. A expectativa é que em breve a organização de procura de órgãos da segunda maior cidade do Estado conte com equipe para ações que envolvam fígado. “Temos hospitais da região interessados. É necessário ter uma estrutura de ambulatório e capacitação, que está sendo buscada junto ao hospital Albert Einstein, em São Paulo”, detalha Zocoler.
PARANÁ
Em todo o Paraná foram 493 captações de órgãos durante os 11 primeiros meses deste ano. O aumento é de 181% em relação ao mesmo período de 2013. A média de doações efetivas em novembro foi de 47,5 por milhão de habitante, estando na liderança no Brasil. A média nacional é de 16,9 doações a cada milhão. “O Paraná está vivendo no ‘ouro’ em relação ao processo de doação. São 67 comissões intra-hospitalares espalhadas por instituições nas cidades paranaenses. Precisamos trabalhar mais para crescer ainda mais na logística e educação continuada”, avalia a médica Arlene Badoch, coordenadora do SET/PR (Sistema Estadual de Transplantes do Paraná). As notificações entre janeiro e outubro deste ano chegaram a 1.121, com as doações efetivas contemplando 44% deste total. As profissionais explicam que a diferença nos números ocorre por diversos motivos, entre eles estão o receptor não aceitar e a questão da logística. O Estado tem uma fila de 1.724 pessoas à espera de um transplante entre situação ativa (receptor potencial preparado para o transplante) e semiativa (receptor potencial que, temporariamente, não participa da classificação para receber órgão). A demanda maior é por rim (1.332), fígado (192) e córneas (131).
“Precisamos trabalhar para crescer ainda mais na logística e educação continuada”