Ratinho Jr. confirma governo ‘enxuto’ com 15 secretarias
Fusões e extinções das pastas precisam do aval da Assembleia e devem ser votadas ainda em janeiro
O governador eleito, Ratinho Junior (PSD), confirmou nessa quinta-feira (20) que o futuro governo vai funcionar com 15 secretarias, 13 a menos que as 28 atuais. Com a redução, a estimativa é de economizar R$ 3,9 milhões por mês. Fusões e extinções das pastas ainda precisam do aval da Assembleia. Ratinho Junior também confirmou os nomes que faltavam para ocupar o primeiro escalão da nova administração
Curitiba - O governador eleito do Paraná, Ratinho Junior (PSD), apresentou nessa quinta-feira (20), em coletiva de imprensa, o estudo da Fundação Dom Cabral que diminui de 28 para 15 o número de secretarias. Ele também confirmou os nomes que faltavam para ocupar o primeiro escalão da nova administração.
A expectativa é de que os cortes gerem uma economia mensal de R$ 300 mil por cada uma das 13 pastas, o que significa em torno de R$ 3,9 milhões. O estudo durou seis semanas, envolveu 384 pessoas e foi bancado de forma igualitária pelo g7, grupo que reúne as principais entidades do setor produtivo do Estado, e pela Itaipu Binacional. De acordo com o vice-presidente eleito, Darci Piana, foram gastos aproximadamente R$ 3,8 milhões nessa etapa.
Ratinho disse que a ideia é que o Paraná seja um dos três Estados com estrutura mais enxuta do Brasil. “O objetivo é diminuir o custo da máquina pública e dar mais eficiência, para que as decisões tomadas no governo sejam implantadas de forma mais rápida e eficaz”. O lema repetido por ele é não estabelecer “nem o Estado máximo, nem o mínimo, mas o necessário”.
Há ainda outras análises em curso, como um plano de metas, proposto pelo economista Paulo Rabello de Castro, presidente do Instituto Atlântico e ligado ao PSC, partido da base do governador eleito. “Teremos métricas de quatro, oito e 12 anos, para começar a fazer o Paraná ter o hábito de planejar a médio e longo prazo”, completou o governador.
Piana acrescentou que essa segunda etapa do projeto de reestruturação custará cerca de R$ 28 milhões e que uma terceira, ainda em fase de análise, custará R$ 45 milhões. “Seria um fundo para projetos. Nada impede que o Estado coloque mais parcelas adicionais ou o próprio g7”, comentou.
SECRETÁRIOS
O deputado estadual Márcio Nunes, líder do PSD na AL (Assembleia Legislativa), assumirá a Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos. Com isso, ele abre uma vaga para que o segundo suplente, Hussein Bakri (PSD), lidere a bancada governista na Casa. O atual vice-presidente da AL, Guto Silva, já tinha sido anunciado como chefe da Casa Civil.
Norberto Ortigara, coordenador da campanha de Ratinho, voltará à Secretaria de Agricultura, que comandou durante a gestão Beto Richa (PSDB). O prefeito de Apucarana, Beto Preto, será o secretário de Saúde. Já o deputado federal Reinhold Stephanes (PSD) foi o escolhido para a Secretaria da Gestão Pública, que incluirá as áreas de administração e previdência.
Também foram anunciados nessa quinta os nomes faltantes das empresas públicas e de economia mista. Cláudio Stabile vai presidir a Sanepar (Companhia de Saneamento do Paraná), Eduardo Bekin a Agência Paraná de Desenvolvimento e Jorge Lange a Cohapar (Companhia de Habitação do Paraná).
As fusões e extinções de pastas precisam do aval da Assembleia. Como os deputados só voltam das férias em fevereiro, o presidente Ademar Traiano (PSDB) deverá convocar um período extraordinário no dia 21 de janeiro, para aprovar as mudanças. Na ocasião, eles também votarão a redação final do projeto das PPPs (parcerias público-privadas).
Questionado pela FOLHA sobre as nomeações políticas de sua administração, Ratinho justificou que seu compromisso não foi com partidos. “Busquei pessoas preparadas, em quem eu confiasse e que tivessem também habilidade política”. Ele admitiu, porém, que Nunes, Bakri e Silva são da sua “cota” pessoal. “Foram as pessoas que mais me ajudaram na construção desse projeto”, argumentou.