Aílton Nantes é eleito presidente da Câmara
Após sessão tensa, marcada pela queda de braço entre os parlamentares, Aílton Nantes foi eleito presidente da CML para os próximos dois anos
Depois de quase três horas de articulação política nos corredores da Câmara Municipal de Londrina e consenso por chapa única, o vereador Ailton Nantes (PP) foi eleito presidente da Casa nesta quintafeira (20). Ele ocupava o cargo interinamente desde o começo de 2018, após o afastamento de Mario Takahashi (PV), por conta de fatos apontados pela Operação ZR3.
Ao lado dele, integram a Mesa Executiva para o biênio 2019-2020 os vereadores Eduardo Tominaga (DEM) na vice-presidência, Felipe Prochet (PSD) como primeiro secretário, Daniele Ziober (PP) como segunda secretária e Amauri Cardoso (PSDB) como terceiro secretário.
A eleição dos novos membros da Mesa Executiva marca a metade de uma legislatura caracterizada até então por grandes problemas de natureza interna. De acordo com Nantes, a prioridade será recuperar a imagem da Câmara, em referência aos processos de cassação de mandatos de Boca Aberta (PROS), Rony Alves (PTB) e Mario Takahashi (PV ), e ao “histórico” de presidentes cassados ou envolvidos em investigações. “Este é o principal projeto desta mesa, reverter esta imagem que a Câmara infelizmente tem, não só do presidente, mas de toda a Mesa e de todos os vereadores”, afirma.
Os 19 vereadores votaram favoravelmente a eleição da chapa encabeçada pelo atual presidente. Os novos membros assumem em 1º de fevereiro de 2019.
QUEDA DE BRAÇO
Ainda durante o pequeno expediente foi possível notar a grande movimentação de alguns vereadores. A maioria não permaneceu sentada e nem largou o celular, de modo que foram necessários mais de 30 minutos para que a sessão pudesse ser suspensa pela primeira vez para o início da composição das chapas. Era o momento para “aparar as arestas”.
Após uma hora de suspensão o vereador Eduardo Tominaga solicitou mais 30 mi- nutos para finalizar a formação de uma chapa. O vereador Jamil Janene (PP) encaminhou voto contrário e os vereadores Guilherme Belinati (PP), Daniele Ziober (PP), Estevão da Zona Sul (sem partido) e Jairo Tamura (PR) o acompanharam, o que não foi suficiente para impedir nova suspensão. Em seguida a sessão chegou a ser suspensa por mais duas vezes.
Os vereadores concordaram que até a noite de quarta-feira (19), o cenário indicava a formação de duas chapas, mas durante a sessão houve um consenso que pode ter sido influenciado pela insatisfação da vereadora Daniele Ziober (PP) com o pouco espaço no grupo articulado por Jamil Janene (PP).
“A gente queria apaziguar e formar uma chapa grande, uma chapa única, para não ficar nem de uma lado, nem do outro . A gente tem que ser neutro neste ponto e a Mesa Executiva bem equilibrada. Eles cogitaram meu nome e eu, simplesmente, aceitei. Em nenhum momento, eu falei que queria ou não. Eu nunca me opus a ser da Executiva ou ficar fora. Como veio meu nome, eu aceitei por ser a única mulher da Casa”, justificou a vereadora.
Antes do consenso a chapa mais “distante” da atual Mesa Executiva seria encabeçada por Eduardo Tominaga e por Felipe Prochet (PSD).
“Nós conversamos muitos com os vereadores Amauri Cardoso e Felipe Prochet que faziam parte da minha chapa, e nós temos essa consciência de que não estamos aqui para frear ou para impedir o Executivo de mandar projetos, a única coisa que temos que explicar para a população é que a Câmara tem uma independência que tem que ser respeitada”, afirma Tominaga.
Outra discussão foi sobre a inserção do atual líder do Executivo, Jairo Tamura (PR), na chapa. Entretanto, como teria que abdicar da liderança, Tamura confirmou à reportagem que preferiu continuar como líder abrindo espaço para Amauri Cardoso ficar como terceiro secretário.