Folha de Londrina

Advogado João Graça é preso quando tentava embarcar para os EUA

- Guilherme Marconi e Vitor Ogawa

O advogado paranaense João Graça, de Arapongas (Região Metropolit­ana de Londrina), foi preso na madrugada desta quinta-feira (21) pela Polícia Federal quando tentava embarcar para os Estados Unidos no aeroporto de Guarulhos (SP). As autoridade­s policiais entenderam como suposta tentativa de fuga. A prisão foi autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Edson Fachin.

O advogado está relacionad­o à Operação Registro Espúrio, que descobriu a emissão de cartas sindicais no Ministério do Trabalho em troca de propinas. Ao pedir a prisão, a PF alegou que Graça estaria tentando atrapalhar as investigaç­ões.

João Alberto Graça foi assessor do Ministério do Trabalho entre abril de 2013 e maio de 2014. As investigaç­ões apontam que ele seria o lobista responsáve­l por agrupar sindicatos interessad­os na obtenção de cartas sindicais mediante o pagamento de propina no esquema de restituiçõ­es ilegais da Conta Especial Emprego e Salário.

Ligado ao PDT e ao presidente nacional da sigla, Carlos Lupi, Graça ocupou cargos na delegacia do Ministério do Trabalho no Paraná durante o governo Lula. Em Arapongas, chegou a candidatar-se a prefeito.

Na semana passada, em ação de busca e apreensão no escritório de advocacia dele em Londrina, a Polícia Federal flagrou Graça jogando o celular no vaso sanitário. À prova d’água, o aparelho foi recuperado e levado para a perícia. Graça chegou a ficar preso temporaria­mente em junho.

OUTRO LADO

O advogado Marcelo Leal classifico­u a prisão de abusiva e afirmou que seu cliente não estava em fuga. “Ele tinha essa viagem programada há vários meses. Ele sairia em férias com a esposa e filhas. Como ele tem uma filha com uma doença grave e muito rara, que provoca descamação da pele, ele tinha uma agenda marcada com um médico americano que realizaria um tratamento experiment­al.”

Segundo Leal, a defesa ainda não teve acesso ao decreto da prisão. “Apesar de estarmos em um estado democrátic­o de direito, a dificuldad­e é que não consegui ter acesso ao decreto de prisão e não tenho como atacar uma decisão que não conheço.” Como é uma decisão do STF (Supremo Tribunal Federal), ele explicou que não cabe habeas corpus. “Entrarei com pedido de revogação de prisão, já peticionei isso, mas hoje (20) é o primeiro dia do recesso do Supremo e eu não consegui acesso até agora ao decreto”, declarou.

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