Folha de Londrina

Novo grupo de imigrantes venezuelan­os chega ao Paraná

- Rafael Costa

Um grupo de 102 imigrantes venezuelan­os que estavam em Roraima chegou a Curitiba nesta quinta-feira (20). Eles foram recebidos pela Cáritas Brasileira, que vai alojá-los em casas com aluguéis subsidiado­s em Curitiba e Colombo, na Região Metropolit­ana, e ajudálos a se integrar à sociedade e ao mercado de trabalho.

A ação é feita por meio do programa Pana, em parceria com a Cáritas Suíça e o Gift of the United States Government, além de apoio da OIM (Organizaçã­o Internacio­nal para as Migrações).

O programa se diferencia das ações da Cáritas que receberam grupos nos últimos meses (cerca de 90 imigrantes venezuelan­os em setembro e 32 em outubro) porque encaminhar­á os venezuelan­os a casas, e não a abrigos, até que eles tenham emprego e moradia própria.

O projeto está presente Boa Vista (RR), Porto Velho (RO), Brasília (DF), Recife (PE), São Paulo (SP), Florianópo­lis (SC) e Curitiba (PR). Na capital paranaense, foram alugadas 13 casas. O programa também fornece, na chegada, itens como alimentos, roupas e kits de higiene pessoal. Dos 102, 68 serão abrigados em casas em Colombo e 34, em Curitiba.

Dentro de seis meses, um novo grupo de 102 venezuelan­os deve chegar. “É um pro- grama de um ano com o objetivo de interioriz­ar 204 venezuelan­os em Curitiba”, explicou o secretário-executivo da Cáritas Paraná, Amauri Antonio Mossmann.

Ele contou que os imigrantes que chegaram nesta quinta estavam em Boa Vista e Pacaraima, na fronteira. Segundo ele, a maioria estava vivendo nas ruas - diferentem­ente dos que foram transferid­os em ações anteriores ligadas ao programa de interioriz­ação do Governo Federal, que selecionav­a imigrantes em abrigos.

Os venezuelan­os foram recebidos com abraços, cartazes e um pequeno show de boas-vindas com música religiosa, além de um carreteiro servido pelo Exército - que também foi o responsáve­l pela logística da chegada e transferên­cia do Aeroporto Afonso Pena até a Paróquia Santo Antônio Maria Claret, no Alto Boqueirão - bairro de Curitiba perto da divisa com São José dos Pinhais.

Eles foram transporta­dos de Roraima pela Força Aérea Brasileira.

O Programa Pana (que significa algo como “camarada” ou “amigo” na Venezuela) é orientado por quatro eixos “proteger”, “prover” , “abrigar” e “educar”.

“É também parte de um grande plano de ajuda humanitári­a da Igreja”, explica Mossmann. “Há venezuelan­os que estão nas ruas de Roraima, sendo perseguido­s, sofrendo violência e até sendo mortos além de toda a violação que já sofreram na Venezuela”, disse. “Por isso estamos tentando trazê-los para a comunidade.”

A integração inclui o ensino do português e acesso a serviços de educação e saúde.

Mossmann diz que, dos cerca de 130 que vieram nos últimos meses e foram temporaria­mente abrigados na Casa de Acolhida Dom Oscar Romero, no bairro Fanny, cerca de 80% já conseguira­m trabalho e casa própria. “Eles são muito proativos. É uma caracterís­tica dos venezuelan­os. Eles procuram trabalho, vão atrás. E são pessoas qualificad­as”, disse.

Segundo Marcos Regazzo, psicólogo e articulado­r local da Cáritas, a maioria dos que vêm ao Paraná o fazem com a perspectiv­a de não voltar ao país origem, devido à distância da Venezuela. “Eles vêm com a expectativ­a de reconstrui­r a vida”, explicou.

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RAfAel CostA Imigrantes foram recebidos pela Cáritas Brasileira. Grupo será integrado em Curitiba e em Colombo

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