Folha de Londrina

‘Donald está certo’, diz Putin sobre retirada de tropas da Síria

França e Alemanha, porém, temem que medida pode dificulte o combate ao terrorismo na região

- Folhapress

São Paulo - O presidente russo, Vladimir Putin, disse nesta quinta (20) que os Estados Unidos estão fazendo “a coisa certa” ao retirar suas tropas da Síria, uma decisão que recebeu críticas de aliados europeus de Washington.

O presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou na quarta (19) a saída das tropas e disse que isso só é possível porque o Estado Islâmico (EI) já foi derrotado - afirmação que o russo apoiou nesta quinta.

“Donald está certo, eu concordo com ele”, disse Putin durante sua entrevista coletiva de final de ano.

Moscou sempre se opôs à atuação americana na Síria e afirmava que ela era ilegítima porque não tinha autorizaçã­o nem do Conselho de Segurança da ONU e nem do governo local - em contraste com a presença das tropas russas no país, que receberam o apoio do ditador Bashar al Assad.

Assim, disse Putin, “se os EUA decidiram retirar seu contingent­e, é a coisa certa a ser feita”. O russo, porém, deixou claro que não acredita que os americanos vão de fato deixar o país e lembrou que os Washington já prometeu diversas vezes se retirar do Afeganistã­o, mas nunca cumpriu.

Mas enquanto recebeu elogios de Putin pela decisão, Trump virou alvo de reclamaçõe­s da França e da Alemanha, que disseram que a medida pode dificultar o combate ao terrorismo na região.

“Fizemos o EI recuar, mas a ameaça não acabou. Há um grande perigo que a consequênc­ia dessa decisão vai prejudicar a luta contra o EI e destruir o sucesso que foi alcançado” disse o ministro de Relações Exteriores da Alemanha, Heiko Maas.

Tom parecido foi adotado pelo ministro de Defesa francês, Florence Parly: “O Estado Islâmico não foi varrido do e nem suas raízes. Os últimos bastiões dessa organizaçã­o terrorista devem ser derrotados militarmen­te de uma vez por todas”.

Paris anunciou ainda que manterá a presença dos de seus 1.100 militares na Sìria - os EUA tem 2.000 homens no país.

Já o governo britânico oficialmen­te disse apenas que já vinha conversand­o com Washington sobre o assunto há alguns dias. Mas um deputado conservado­r que faz parte do Ministério da Defesa, Tobias Elwood, também criticou publicamen­te Trump nas redes sociais.

Antes dos europeus, as forças curdas, que contam com apoio americano na Síria, também já tinham criticado a possibilid­ade de retirada dos EUA.

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Alexander Nemenov/AFP Apesar dos elogios, o presidente russo não acredita que os americanos vão de fato deixar o país e lembrou outras promessas não cumpridas como a de retirar-se do Afeganistã­o

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