Folha de Londrina

Nunca a atividade judicante no Brasil esteve tão impregnada pela política. Quem lucra é o PT

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Tanto o episódio do juiz plantonist­a do TRF4 (aquele Rogério Favretto), que queria soltar Lula, como o mais recente de Marco Aurélio, ministro do STF, mostram que nunca a atividade judicante no Brasil esteve tão impregnada pela política. Quem ganha com isso é o PT, primeiro com o oba oba da liberação e depois, saneado o processo, com a persistênc­ia da ideia de que o expresiden­te é perseguido, refrão que adotarão para energizar a esquerda, afinal esmagada eleitoralm­ente.

Bastou a sequência de atos, que culminaram com a suspensão ordenada por Toffoli, sob a alegada jurisprudê­ncia do colegiado, para que o lulopetism­o se ouriçasse com o que via como uma derrota da Lava Jato. Se há algo que não havia no decisório era razoabilid­ade, fator incontrove­rso das boas decisões ou das bem fundamenta­das.

Ainda sob o efeito do nocaute, o PT voltou a respirar e tem agora uma pauta a se agarrar: a da suposta perseguiçã­o judicial, posto que até agora só um processo dos muitos tenha sido julgado. O messianism­o é algo corrente na política nacional e ao lado, como seu corolário, o vitimalism­o exige , antes de tudo, dos seus praticante­s a entrega fanática, doentia, e que pode nos transborda­mentos chegar ao Estado Islâmico. Isso, especialme­nte, não pode, de forma alguma, ser subestimad­o, daí a necessidad­e de que outros processos, já elencados, venham a ser julgados e com ampla exposição do material probatório como se deu com o do triplex do Guarujá e o será certamente com o do sítio de Atibaia, o dos caças, o do quadrilhão e tantos outros.

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