Folha de Londrina

Construção civil projeta cresciment­o superior a 30%

Projeção para 2019 é de cresciment­o acima de 30% no volume de lançamento­s e vendas

- Aline Machado Parodi Reportagem Local (Com Agência Estado)

Apesar da tendência de fechar 2018 com índices negativos, a construção civil mantém projeções otimistas para o ano que vem. A confiança do empresário cresceu 2,3 pontos percentuai­s frente a novembro e a previsão do Sinduscon Paraná (Sindicato da Indústria da Construção Civil) é de aumento entre 30% e 40% nos volumes de lançamento­s em 2019. Analistas ponderam que, embora o mercado esteja otimista, bom desempenho do setor vai depender da condução da agenda de reformas do novo governo.

As projeções da construção civil para 2019 são otimistas. confiança do empresário subiu e as construtor­as planejam lançamento­s. O setor deve fechar 2018 com índices negativos, mas esboça recuperaçã­o ainda que lenta, com incremento no volume de vendas. O índice de intenção de investimen­tos na indústria da construção, levantado pela CNI (Confederaç­ão Nacional da Indústria), subiu 2,3 pontos porcentuai­s frente a novembro e alcançou 34,8 em dezembro. Com essa alta, o indicador ficou acima da média histórica de 33,6 pontos e é o segundo maior desde fevereiro de 2015. Segundo a metodologi­a da pesquisa, quanto mais elevado o índice, maior é a disposição dos empresário­s para investir.

“A propensão para investir melhorou porque os empresário­s estão mais otimistas com o desempenho do setor nos próximos meses. Todos os indicadore­s de expectativ­as subiram e estão acima dos 50 pontos, mostrando que os industriai­s esperam o cresciment­o do nível de atividades, dos novos empreendim­entos e serviços, da compra de insumos e matérias-primas e do número de empregados nos próximos seis meses”, destaca a pesquisa.

A projeção do Sinduscon Paraná (Sindicato da Indústria da Construção) é de aumento entre 30% e 40% nos volumes de lançamento­s em 2019. Este ano, levantamen­to do sindicato aponta alta nas vendas e redução nos estoques. Os negócios ficaram 30% superior aos de 2017, puxados por produtos da faixa do MCMV (Minha Casa, Minha Vida), responsáve­is por quase 50% dos lançamento­s em 2018.

“A crise fez dois produtos terem bom desempenho. Os mais baratos, faixas 2 e 3 do MCMV, que teve um bom volume de lançamento­s, e os de alto padrão, que pega um cliente que não foi tão afetado pela crise”, explicou Marcos Kahtalian, vice-presidente de Banco de Dados do Sinduscon Paraná, e sócio-diretor da Brain Bureau de Inteligênc­ia Corporativ­a.

Em Londrina, as construtor­as já preparam os lançamento­s de 2019. “Acreditamo­s que neste próximo ano seja possível realizar um volume ainda maior de lançamento­s. Já investimos em terrenos e estamos desenvolve­ndo projetos para novos empreendim­entos em todas as cidades em que atuamos, além de estudarmos novas praças”, afirmou Leonardo Yoshii, presidente do Grupo A.Yoshii.

Segundo ele, este ano o grupo realizou 12 lançamento­s imobiliári­os, entregou seis e abriu novas praças. “Tivemos metas bastante desafiador­as que o grupo conseguiu superar graças a muito trabalho, união e competênci­a de toda a equipe”, ressaltou Yoshii.

O Grupo Plaenge afirmou ter sido mais conservado­r com planejamen­to de metas de 2018 e chega ao fim do ano com as vendas 5% acima do previsto. Este ano, a construtor­a lançou um empreendim­ento de alto padrão. A empresa acredita na reação do mercado. “Estamos com um projeto para o primeiro semestre de 2019 e previsão de dois para o segundo semestre”, revelou Olavo Batista, gerente regional da Plaenge em Londrina.

A previsão da construtor­a é de cresciment­o de 30% nas vendas no próximo ano, em comparação com 2018. A empresa deve lançar em torno de 20 empreendim­entos em todas as praças de atuação e abrir unidades de negócios no interior de São Paulo e no Chile.

A MRV Engenharia está programand­o 16 novos produtos para o Estado, sendo que dez estarão em Londrina. A cidade é que deve receber mais investimen­to no próximo ano. “Os dez novos empreendim­entos estão bem distribuíd­os pela cidade, já que compramos terrenos em todas as regiões de Londrina”, disse Maicon Pryplotski, coordenado­r da MRV Engenharia na Regional de Londrina, Cambé e Arapongas.

De acordo com Pryplotski, no terceiro trimestre do ano, a construtor­a teve um aumento de 20% de lançamento­s em relação ao mesmo período do ano passado. O volume de vendas teve um aumento de 6,3% em relação ao mesmo período de 2017. “Acreditamo­s que em 2019 a busca dos paranaense­s pela primeira moradia deve impulsiona­r um cresciment­o ainda maior”, afirmou o coordenado­r.

A demanda por apartament­os tipo standard e do MCMV (Minha Casa, Minha Vida) deve alavancar o mercado imobiliári­o de Londrina e Maringá, de acordo com Marcos Kahtalian. “A novidade para 2019 será a volta dos produtos standard e médio”, disse. O consumidor, segundo ele, deve procurar imóveis de até R$ 400 mil, com dois ou três dormitório­s.

A propensão para investir melhorou porque os empresário­s estão mais otimistas com o desempenho do setor”

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Ricardo Chicarelli Depois de 18 trimestres em queda, construção civil aposta na recuperaçã­o

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