Folha de Londrina

Prefeitura entra com recurso para realizar licitação do transporte

Procurador­ia-Geral do Município protocolou mandado de segurança no Tribunal de Justiça e entrou com ação ordinária em primeira instância contra decisão que suspendeu a licitação do serviço

- Guilherme Marconi Reportagem Local

APrefeitur­a de Londrina entrou com duas ações na Justiça na quintafeir­a (20) na tentativa de derrubar a liminar do TC (Tribunal de Contas) que determinou a suspensão da licitação do transporte coletivo. A PGM (Procurador­ia-Geral do Município) protocolou um mandado de segurança no Tribunal de Justiça e entrou com uma ação ordinária em primeira instância. As medidas são para tentar derrubar a decisão proferida pelo conselheir­o relator Ivan Lelis Bonilha atendendo pedido da TCGL (Transporte­s Coletivos Grande Londrina).

A batalha judicial é um entrave no plano do Executivo para dar andamento ao processo de concorrênc­ia conduzido pela CMTU (Companhia Municipal de Trânsito e Urbanizaçã­o). Isso porque o atual contrato com a TCGL e com a Londrisul, que operam o serviço na cidade, termina no próximo dia 19 de janeiro. O procurador-geral do município, João Luis Esteves, este- ve em Curitiba na quinta-feira e classifico­u a decisão monocrátic­a do desembarga­dor do TC de “ilegal e “abusiva”. Já administra­tivamente, por enquanto, nada pôde ser feito. Isso porque o TC só retorna do recesso no dia 7 de janeiro. O município agora tem 15 dias para apresentar sua defesa, que depois será avaliada pelos conselheir­os da instituiçã­o.

Em entrevista à FOLHA, o prefeito de Londrina, Marcelo Belinati, criticou a medida da Grande Londrina no Tribunal de Contas às vésperas do recesso. “O que me estranha é que a mesma empresa que diz que não vai participar do processo de licitação entra com um processo protelatór­io que pode trazer prejuízo para a população.” Belinati diz que objetivo é tentar reverter a decisão na Justiça e negou irregulari­dades no edital de licitação. “O único erro que existe é a gente vai diminuir a margem de lucro dos donos da empresas. É essa que é a realidade.”

Belinati reafirmou que não pretende desistir do seu objetivo de abrir licitação para o transporte. “Queremos acabar com o monopólio e corrigir todas essas incongruên­cias que existem no contrato, com essa margem de lucro excessiva.”

DIVERGÊNCI­A

A TCGL apontou no pedido ao Tribunal de Contas 23 pon- tos de discordânc­ia da proposta oferecida pela prefeitura. O principal embate está na questão financeira. No contrato vigente, a empresa tem garantida uma taxa de retorno de capital de 12% ao ano lucro sobre o investimen­to. Já a proposta do novo contrato oferece ganho baseado na Selic, taxa básica de juros da economia, medida pelo Banco Central, atualmente 6,75% ao ano. Outro ponto d edis cordância é a tax ade lucro das empresas, vigente no contrato atua leque encarece a tarifa. No atual contrato era prevista uma variação entre 7,5% e 10% e o novo contrato oferece entre zero e 6%.

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