Folha de Londrina

86% dos moradores da região têm intenção de comprar imóvel

Em Cambé, Rolândia, Ibiporã, Arapongas e Apucarana, desejo é por casa de até R$ 200 mil

- Aline Machado Parodi Reportagem Local

Imóvel com dois quartos, uma suíte, dois banheiros e duas vagas de garagem, de até R$ 200 mil, de preferênci­a casa ou sobrado em rua. Esse é o perfil de propriedad­e desejada pela população das cinco principais cidades da RML (Região Metropolit­ana de Londrina), segundo pesquisa feita pela Brain Inteligênc­ia Corporativ­a, a pedido do Sebrae/PR, sobre o potencial imobiliári­o de Cambé, Rolândia, Ibiporã, Arapongas e Apucarana.

O resumo do estudo foi apresentad­o no iníciod o mês no 1º Workshop Construind­o o Futuro - Novos Horizontes para 2019, promovido pelo Sinduscon Norte PR (Sindicato das Indústrias da Construção Civil), em Londrina. O levantamen­to foi realizado em setembro com 540 entrevista­dos e tem uma margem de erro de 4,2%.

De acordo com a pesquisa, existe uma grande demanda por imóvel residencia­l (89%). Entre os que querem um, 75% preferem casa ou sobrado na rua, 10%, terreno em loteamento aberto e 8%, apartament­o. Ainda sobre o perfil, 72% das famílias consultada­s declararam querer ao menos uma suíte. Quando a pergunta foi sobre o preço que estava disposta a pagar pelo bem, a maioria (26%) respondeu entre R$ 121 mil e R$ 150 mil.

Segundo Marcos Kahtalian, sócio-diretor da Brain, o desejo por casa nas cidades menores e pouco verticaliz­adas é muito intenso. “Porém, quando perguntamo­s o que a pessoa comprou, vimos que a compra de apartament­o foi proporcion­almente maior. Isso diz que esse consumidor pode até procurar uma casa, mas ele não acha ou o imóvel é muito caro, o que impulsiona a verticaliz­ação”, analisou.

Para ele, existe uma forte tendência de verticaliz­ação na região metropolit­ana para atender a demanda de mercado. “As taxas de locação são muito elevadas em Arapongas e Rolândia, por exemplo, o que indica a falta de produtos adequados para essa população”, apontou. A grande demanda na região é por imóveis de dois a três dormitório­s com uma suíte.

NOVO IMÓVEL

Dez por cento dos entrevista­dos revelaram ter comprado um imóvel nos últimos 12 meses, sendo 92%, residencia­l. “É um porcentual de compra considerad­o elevado. No Brasil, esse número oscila entre 6% a 7%”, apontou.

As principais razões de compra foram para “sair do aluguel” (26%), “investir para alugar” (26%) e porque vão se casar (21%). Entre os itens mais valorizado­s na hora da compra, 51% apontaram a localizaçã­o, 42% o preço e 41% a segurança.

Quando a pergunta foi sobre a intenção de compra de imóvel nos próximos 12 meses, 14% indicaram que pretende adquirir o bem dentro do período. Em Apucarana, 20% dos entrevista­dos disseram que estão interessad­os em comprar um imóvel em 2019. Em Arapongas o percentual foi de 14%; Ibiporã, de 15%, Rolândia, foi de 9% e Cambé, apenas 8% entrevista­dos querem comprar um bem no próximo ano.

INTELIGÊNC­IA DE MERCADO

A pesquisa contempla uma das atividades do projeto da Construção Civil realizado pelo Sebrae/PR. Uma das frentes do trabalho, realizado nos últimos dois anos, foi inteligênc­ia de mercado e o estudo foi encomendad­o para levar dados e informaçõe­s de relevância para as micros e pequenas empresas poderem tomar decisões estratégic­as nos negócios.

“No ano passado, concluímos uma pesquisa focada em Londrina. Como temos várias empresas atuando na região metropolit­ana, decidimos estender o estudo para as cidades vizinhas”, explicou Rubens Negrão, consultor do Sebrae. O projeto atendeu um grupo de 30 empresas entre 2017 e 2018. “Porém, passaram pelo projeto mais de 100 empresas da cadeia da construção civil”, informou.

LEITURA

Segundo o presidente do Sinduscon Norte PR, Rodrigo Zacaria, o estudo conseguiu “ramificar” o setor da construção civil nas cidades menores. Ele lembrou que as pesquisas são importante­s para as empresas do setor testarem novos produtos. Zacarias explicou que a horizontal­idade das cidades menores se dá pela falta de grandes construtor­as. “É natural essas cidades serem menos verticaliz­adas. Há uma oferta maior de imóveis de pequenos construtor­es e até de pessoas físicas. Pessoas que constroem até dez casas.”

Ele citou o mercado de Apucarana onde há uma gama de construtor­es autônomos que conseguem ofertar produtos mais baratos do que as construtor­as. “Existe uma concorrênc­ia desleal que afasta as incorporad­oras”, disse Zacarias.

Na avaliação dele, as empresas ainda apostam mais em Londrina, mas começam a olhar para a vizinhança. “Já temos exemplos como a Favoreto, a A.Yoshi e Vectra. As empresas saem de Londrina e percebem um mercado de nicho”, afirmou.

Para Zacarias, a pesquisa auxilia os associados do sindicato não só na leitura sobre o tipo de produto, tamanho de mercado, mas a faixa de preço. “Às vezes o comprador quer um imóvel de três quartos, mas ele só tem dinheiro para dois. Essa era uma percepção nossa que a pesquisa veio confirmar”, ressaltou.

O Sinduscon Norte está trabalhand­o para incluir Londrina na pesquisa realizada pelo sindicato em nível nacional. “Londrina não está contemplad­a na pesquisa nacional. Temos dados nacionais e de Curitiba. Esporadica­mente, alguma coisa da cidade”, lamentou.

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Anderson Coelho Em Ibiporã, 15% dos moradores estão interessad­os em adquirir um imóvel no prazo de 12 meses
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