Folha de Londrina

Você continua não acreditand­o em milagres?

- por Paulo Briguet Fale com o colunista: avenidapar­ana@folhadelon­drina.com.br

Hoje em dia muita gente não acredita em milagres. Mas eu acredito. Mais do que isso: acho que SÓ acredito em milagres. Na semana passada, estive em Brasília, na sede do Governo de Transição, e presenciei alguns. Vi dois ministros indicados pessoalmen­te pelo maior intelectua­l brasileiro vivo, o filósofo e escritor Olavo de Carvalho, até ontem considerad­o um pária nos círculos do poder e da mídia. Vi pelo menos dez altos funcionári­os do novo governo orgulhosam­ente apresentar­em-se como alunos do Seminário de Filosofia do Olavo. O que aconteceu individual­mente comigo - o mestre da Virgínia salvou minha vida intelectua­l - está acontecend­o com uma parte do novo governo do Brasil!

Quando encontrei o chanceler Ernesto Araújo, acompanhad­o por Filipe G. Martins, o melhor analista político do Brasil em atividade, disse a eles que considerav­a um milagre ver os nomes escolhidos para o Ministério da Educação e o das Relações Exteriores. A meu ver, estas são as pastas mais importante­s de um governo, pois se referem, respectiva­mente, ao Espírito e à História.

Logo depois desse encontro, vi acontecer outro milagre numa sala reservada do Governo de Transição. Às seis horas da tarde, dez componente­s da nova gestão, convidados por um professor católico, rezaram o Ângelus. Acho que foi uma cena inédita na história do Estado brasileiro.

Ao final do dia, eu rezei um terço, sozinho no meu canto. Agradeci a Deus a oportunida­de de conhecer a ministra Damares Alves, atacada por falar sobre o seu encontro com Jesus. A propósito, meu amigo Silvio Grimaldo - que também presenciou todos esses milagres - escreveu um texto que não posso deixar de compartilh­ar com vocês sete:

“Desculpe-me, amigo cristão moderno, mas eis que vos trago más notícias: se o seu deus não pode aparecer sentado numa goiabeira, ele também não pode aparecer para Saulo numa estrada e derrubá-lo de um cavalo, nem para Pedro sobre uma pedra numa estradinha para fora de Roma, quando o papa covardemen­te fugia do martírio; não pode também jantar em Emaús depois de morto, nem lavar os pés de seus discípulos; se seu deus não pode subir numa goiabeira para consolar uma criança, meu amigo, seu deus certamente não pode nascer numa manjedoura, entre animais e pastores, numa periferiaz­inha do império. Se o seu deus não pode subir numa goiabeira, seu cristianis­mo é um cristianis­mo de papel, sem o Corpo e sem o Sangue. Um cristianis­mo que fica elegante nos livros do Roger Scruton e nas colunas do Pondé, mas que não cura o leproso, não faz ver o cego, não ressuscita a filha de Jairo. Se seu deus não pode subir numa simples goiabeira, ele também não pode subir numa cruz e de lá derramar seu sangue por nós.”

Se seu deus não pode aparecer sentado numa goiabeira, ele também não pode subir na cruz e derramar seu sangue por nós

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