Você continua não acreditando em milagres?
Hoje em dia muita gente não acredita em milagres. Mas eu acredito. Mais do que isso: acho que SÓ acredito em milagres. Na semana passada, estive em Brasília, na sede do Governo de Transição, e presenciei alguns. Vi dois ministros indicados pessoalmente pelo maior intelectual brasileiro vivo, o filósofo e escritor Olavo de Carvalho, até ontem considerado um pária nos círculos do poder e da mídia. Vi pelo menos dez altos funcionários do novo governo orgulhosamente apresentarem-se como alunos do Seminário de Filosofia do Olavo. O que aconteceu individualmente comigo - o mestre da Virgínia salvou minha vida intelectual - está acontecendo com uma parte do novo governo do Brasil!
Quando encontrei o chanceler Ernesto Araújo, acompanhado por Filipe G. Martins, o melhor analista político do Brasil em atividade, disse a eles que considerava um milagre ver os nomes escolhidos para o Ministério da Educação e o das Relações Exteriores. A meu ver, estas são as pastas mais importantes de um governo, pois se referem, respectivamente, ao Espírito e à História.
Logo depois desse encontro, vi acontecer outro milagre numa sala reservada do Governo de Transição. Às seis horas da tarde, dez componentes da nova gestão, convidados por um professor católico, rezaram o Ângelus. Acho que foi uma cena inédita na história do Estado brasileiro.
Ao final do dia, eu rezei um terço, sozinho no meu canto. Agradeci a Deus a oportunidade de conhecer a ministra Damares Alves, atacada por falar sobre o seu encontro com Jesus. A propósito, meu amigo Silvio Grimaldo - que também presenciou todos esses milagres - escreveu um texto que não posso deixar de compartilhar com vocês sete:
“Desculpe-me, amigo cristão moderno, mas eis que vos trago más notícias: se o seu deus não pode aparecer sentado numa goiabeira, ele também não pode aparecer para Saulo numa estrada e derrubá-lo de um cavalo, nem para Pedro sobre uma pedra numa estradinha para fora de Roma, quando o papa covardemente fugia do martírio; não pode também jantar em Emaús depois de morto, nem lavar os pés de seus discípulos; se seu deus não pode subir numa goiabeira para consolar uma criança, meu amigo, seu deus certamente não pode nascer numa manjedoura, entre animais e pastores, numa periferiazinha do império. Se o seu deus não pode subir numa goiabeira, seu cristianismo é um cristianismo de papel, sem o Corpo e sem o Sangue. Um cristianismo que fica elegante nos livros do Roger Scruton e nas colunas do Pondé, mas que não cura o leproso, não faz ver o cego, não ressuscita a filha de Jairo. Se seu deus não pode subir numa simples goiabeira, ele também não pode subir numa cruz e de lá derramar seu sangue por nós.”
Se seu deus não pode aparecer sentado numa goiabeira, ele também não pode subir na cruz e derramar seu sangue por nós