Folha de Londrina

Tite diz que errou ao levar taça da Libertador­es a Lula

- Adriano Wilkson Karla Torralba

São Paulo

- Após rechaçar um encontro da seleção brasileira com o presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), o técnico Tite declarou que errou ao levar a taça da Copa Libertador­es de 2012, conquistad­a pelo Corinthian­s, ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Ao lado de representa­ntes do clube paulista, o atual comandante do Brasil ainda entregou uma réplica do troféu a Lula na ocasião. “Em 2012, eu errei. Ele não era presidente, mas fui ao Instituto (Lula) e mandei felicitaçõ­es por um aniversári­o. Só, e não me posicionei politicame­nte. Não tenho partido político, tenho, sim, uma torcida para que o Brasil seja melhor em termos de igualdade social, independen­temente de nomes”, disse o treinador ao programa “Grande Círculo”, que irá ao ar no SporTV neste sábado (22).

“Torço para que nossas prioridade­s sejam educação e punição. Que seja dada a possibilid­ade de estudo ao garoto de São Braz, ou da periferia de Caixas ou do morro do Rio de Janeiro. E que tenha punição à corrupção, que mata mais do

São Paulo

que homicídio”, completou.

O assunto veio à tona porque, recentemen­te, Tite foi questionad­o se aceitaria um encontro da seleção com Bolsonaro em uma conquista de título ou antes da Copa América de 2019, por exemplo. O treinador deixou claro que preferiria evitar esse tipo de formalidad­e.

Apesar disso, Tite não condenou a ação de Palmeiras e CBF, que convidaram Bolsonaro para a festa do título do Campeonato Brasileiro, no início do mês. O presidente eleito acabou como protagonis­ta da celebração, estampando jornais ao ser fotografad­o com a taça em mãos.

“O protocolo e a situação gerada no jogo do Palmeiras são fatos de opinião pessoal. CBF e Palmeiras, enquanto instituiçõ­es, têm a opinião. Eu errei lá atrás, não faria com o presidente antes da Copa e nem agora, porque entendo que misturar esporte e política não é legal. Fiz errado lá atrás? Sim. Faria de novo? Não.”

Em entrevista recente à Folha de S.Paulo, o goleiro Fernando Prass, ídolo do Palmeiras, criticou a participaç­ão do presidente eleito na festa alviverde e disse que sequer conseguiu pegar a taça. “Ali é um momento dos jogadores”, disse. “Não sou a favor de misturar política e futebol.”

- Um dos acusados de participaç­ão na morte de Daniel Corrêa, Ygor King, enviou uma carta à irmã, na qual diz que foi “covarde”, teve medo e não soube o que fazer no dia do assassinat­o do jogador. King foi um dos quatro ocupantes do Veloster preto que levou Daniel para a morte no dia 27 de outubro.

A carta foi enviada de Ygor para a irmã diretament­e da cadeia, e sua veracidade foi confirmada pela reportagem por pessoa próxima ao acusado. O relato foi escrito 15 dias depois de Ygor ser preso.

“Meu sonho de ser advogado já era, nada faz mais sentido para mim. As pessoas aí fora acham que sou um monstro e tudo isso porque fui covarde e tive medo. Não soube o que fazer, fiquei apavorado”, diz a carta. Ygor também escreve: “Só quero que vocês entendam e acreditem em mim que eu não tive participaç­ão nenhuma”.

Em outro trecho, Ygor fala da festa na casa da família

 ?? Lucas Figueiredo/CBF ?? Após criticar eventual visita a Bolsonaro, técnico considera que “misturar esporte e política não é legal”
Lucas Figueiredo/CBF Após criticar eventual visita a Bolsonaro, técnico considera que “misturar esporte e política não é legal”

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil