Tite diz que errou ao levar taça da Libertadores a Lula
São Paulo
- Após rechaçar um encontro da seleção brasileira com o presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), o técnico Tite declarou que errou ao levar a taça da Copa Libertadores de 2012, conquistada pelo Corinthians, ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Ao lado de representantes do clube paulista, o atual comandante do Brasil ainda entregou uma réplica do troféu a Lula na ocasião. “Em 2012, eu errei. Ele não era presidente, mas fui ao Instituto (Lula) e mandei felicitações por um aniversário. Só, e não me posicionei politicamente. Não tenho partido político, tenho, sim, uma torcida para que o Brasil seja melhor em termos de igualdade social, independentemente de nomes”, disse o treinador ao programa “Grande Círculo”, que irá ao ar no SporTV neste sábado (22).
“Torço para que nossas prioridades sejam educação e punição. Que seja dada a possibilidade de estudo ao garoto de São Braz, ou da periferia de Caixas ou do morro do Rio de Janeiro. E que tenha punição à corrupção, que mata mais do
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que homicídio”, completou.
O assunto veio à tona porque, recentemente, Tite foi questionado se aceitaria um encontro da seleção com Bolsonaro em uma conquista de título ou antes da Copa América de 2019, por exemplo. O treinador deixou claro que preferiria evitar esse tipo de formalidade.
Apesar disso, Tite não condenou a ação de Palmeiras e CBF, que convidaram Bolsonaro para a festa do título do Campeonato Brasileiro, no início do mês. O presidente eleito acabou como protagonista da celebração, estampando jornais ao ser fotografado com a taça em mãos.
“O protocolo e a situação gerada no jogo do Palmeiras são fatos de opinião pessoal. CBF e Palmeiras, enquanto instituições, têm a opinião. Eu errei lá atrás, não faria com o presidente antes da Copa e nem agora, porque entendo que misturar esporte e política não é legal. Fiz errado lá atrás? Sim. Faria de novo? Não.”
Em entrevista recente à Folha de S.Paulo, o goleiro Fernando Prass, ídolo do Palmeiras, criticou a participação do presidente eleito na festa alviverde e disse que sequer conseguiu pegar a taça. “Ali é um momento dos jogadores”, disse. “Não sou a favor de misturar política e futebol.”
- Um dos acusados de participação na morte de Daniel Corrêa, Ygor King, enviou uma carta à irmã, na qual diz que foi “covarde”, teve medo e não soube o que fazer no dia do assassinato do jogador. King foi um dos quatro ocupantes do Veloster preto que levou Daniel para a morte no dia 27 de outubro.
A carta foi enviada de Ygor para a irmã diretamente da cadeia, e sua veracidade foi confirmada pela reportagem por pessoa próxima ao acusado. O relato foi escrito 15 dias depois de Ygor ser preso.
“Meu sonho de ser advogado já era, nada faz mais sentido para mim. As pessoas aí fora acham que sou um monstro e tudo isso porque fui covarde e tive medo. Não soube o que fazer, fiquei apavorado”, diz a carta. Ygor também escreve: “Só quero que vocês entendam e acreditem em mim que eu não tive participação nenhuma”.
Em outro trecho, Ygor fala da festa na casa da família