Da cultura ao esporte
A escadaria do anfiteatro deixa de ser arena para ser palco entre aqueles que procuram o espaço para se exercitar. Quem o enxerga pela base inferior pode ficar cansado só de pensar em subir os 90 degraus desafiadores. Mas há os corajosos, como Thamiris Pellizzari, 26, que usa a escadaria quase todos os dias. “Os bancos são praticamente uma academia, comecei depois de ver um grupo treinando usando os degraus como equipamento”, afirma. “O anfiteatro é marco de vida para mim, meus avós moram perto e eu sempre estive presente. Aprendi a andar de bicicleta e patins aqui, tenho memórias afetivas do local”, conta.
É pelo desafio da escadaria que a fisioterapeuta Vanessa Santana, 28, costuma levar os pacientes no espaço. “Uso para reabilitação dos meus pacientes e para mim é um equipamento de trabalho. É muito bom para fortalecimento e orientação postural”, explica.
Em Londrina há cinco anos, a fisioterapeuta já sabe avaliar o local com crítica. “Nunca presenciei roubos aqui, mas conforme vai escurecendo, o pessoal se afasta. O espaço é muito importante para toda a região, mas pouco conservado, precisa melhorar e o povo também precisa cuidar. Acho que eles não aproveitam tanto quanto deveriam”, afirma a profissional que, além de usar as escadarias, também já montou estúdio de pilates no palco do anfiteatro em evento de saúde.
Rosana Marques Franco, 55, mora nas redondezas e usa a arquibancada para atividades físicas, porém, confessa que poderia estar mais presente. “Eu poderia aproveitar melhor, me exercitar mais, é um espaço grande. Para mim, ainda é mais representativo pelos shows, as orquestras do Festival de Música e espetáculos do FILO”, conta. Pela cultura ou pelo esporte, a professora de artes sabe que aquele espaço também é dela e ocupa como pode, desafiando degrau por degrau, um pouco como público e também como protagonista.