TEMPORÁRIO
Experiência provisória pode fazer a diferença no currículo; oportunidades estão disponíveis em qualquer época do ano
Final do ano traz oportunidades para quem está desempregado ou precisa de renda extra. Paraná é responsável por 32 mil contratações no período
As festas de fim de ano movimentam o comércio e a indústria e geram oportunidade para quem precisa de uma renda extra ou está desempregado. A Asserttem (Associação Brasileira do Trabalho Temporário) e a Caixa Econômica Federal estimam que mais de 400 mil vagas tenham sido abertas em todo o país entre setembro e dezembro deste ano. O Paraná seria responsável por 32 mil contratações até o final de dezembro, perdendo apenas para o estado de São Paulo onde havia a expectativa de geração de 292 mil vagas temporárias.
Em Londrina, a Agência do Trabalhador ofertou 96 oportunidades entre setembro e o início de dezembro, grande parte para os cargos de assistente de vendas, vendedor, auxiliar de estoque, caixa e operador de empilhadeira. A jovem Nayla Cristina Neto estava há dois anos em busca de uma chance para retornar ao mercado de trabalho. Em outubro, ela distribuiu currículos de olho no período do Natal, principal época de contratações temporárias. “Quando recebi a resposta, foi só felicidade”, conta.
O sobe e desce com caixas de calçados empilhadas nos braços para oferecer várias opções aos clientes não assustou a nova vendedora. O contrato temporário termina no final desse mês, mas a esperança é permanecer na loja em Londrina. “Acho que estou indo bem. Quero fi- car. Já falaram que existe uma chance”, diz ansiosa.
A gerente da loja, Rosângela Peixoto, sabe bem a importância da oportunidade temporária. Em 2004, após o nascimento dos filhos, ela conseguiu se recolocar no mercado de trabalho por meio de uma vaga aberta no final do ano. Em fevereiro do ano seguinte, a então vendedora foi chamada para o emprego fixo. “Eu nunca tinha trabalhado nessa área. Antes desse emprego, eu tinha trabalhado como agente comunitária de saúde. Comecei muito nervosa, muitos clientes para atender. Na época, não havia um treinamento prévio e fiquei perdida na loja”, comenta a atual gerente.
A palavra-chave, segundo ela, é comprometimento. “A gente recebe muitos currículos e faz muitas entrevistas. A maioria quer só um dinheiro extra para passar o Natal. Esse tipo de profissional não interessa muito para a loja”, explica. A empresa também aproveita as vagas temporárias para selecionar novos profissionais. Por enquanto, não há vagas disponíveis para o ano que vem, mas os currículos dos que já trabalharam na loja e demonstraram bom desempenho vão permanecer como opção para os gestores.
A gerente de recrutamento e seleção da Labor Trabalho Temporário, Célia Liboni, ressalta que as contratações ocorrem o ano todo, já que também há a necessidade de substituição de funcionários em férias e em licença e ainda contratações para novos projetos. “Em razão da crise econômica nos últimos anos, muitas empresas permanecem com o quadro de funcionários reduzido e opta pela contratação temporária para verificar se é viável ampliar o número de trabalhadores”, explica. De olho nos novos funcionários, muitos gestores optam até por substituir colaboradores mais antigos.
Para os recém-contratados, ainda que por um período curto, Liboni recomenda pontualidade, pró-atividade e interesse pela empresa. “É importante que o funcionário não fique só preso nas tarefas, mas que tenha interesse em aprender o maior número de atividades possível dentro da empresa para que tenha chance de ser efetivado”, conclui. Na região de Londrina, além do comércio que oferta vagas próximo a datas comemorativas, há contratações temporárias para indústrias e também para o agronegócio.
As jovens Natasha de Paula Rodrigues e Milena Lanes estão temporariamente no cargo de assistente de vendas em uma loja de departamentos de Londrina. “Cuido da organização das mesas com as roupas e fico para o fechamento da loja. Tenho das 13h30 às 22h para arrumar tudo e o cliente tem das 13h30 às 22h para bagunçar. Às vezes quero que esse mês demore para passar para que eu consiga mostrar mais o meu trabalho. Outras vezes, quero que chegue logo o final do contrato para saber se vai ter uma vaga na loja”, afirma Rodrigues. “Gostei muito do trabalho e também quero ficar. Era o que eu esperava”, conta Lanes.
As duas funcionárias devem ser efetivadas, conforme a gerente Gleice Dias Sanchez. “Para contratar os temporários, a gente busca um perfil mais compatível com o varejo. É preciso gostar de trabalhar com pessoas. Elas são muito comunicativas, tratam bem os clientes e têm disponibilidade para o atendimento. É preciso muita paciência e resiliência também”, destaca. A loja costuma fazer contratações temporárias para reforçar a equipe próximo ao Dia das Mães, Dia dos Pais e Dia das Crianças.