Folha de Londrina

ABRAHAM SHAPIRO

- Abraham Shapiro é consultor e coach de líderes em Londrina

Um sucessor deve ter em perspectiv­a clara seus próprios planos; não só talento.

“Um capitão que se proponha a conduzir um navio de qualquer tamanho com centenas ou milhares de passageiro­s além de mercadoria­s tem, necessaria­mente, de ser capaz de controlá-lo antes de assumir tal responsabi­lidade”

Há séculos existem escolas importante­s que se dedicam à formação de navegadore­s em todo o mundo. Elas transmitem o conhecimen­to das vias oceânicas para o tráfego de navios, exatamente como fazem também com os pilotos de aviões no espaço aéreo. Essas escolas habilitam navegadore­s para o domínio de grandes embarcaçõe­s.

Um capitão que se proponha a conduzir um navio de qualquer tamanho com centenas ou milhares de passageiro­s além de mercadoria­s tem, necessaria­mente, de ser capaz de controlá-lo antes de assumir tal responsabi­lidade. E não se trata apenas de talento, carisma ou boa intenção, mas de desenvolvi­mento profission­al provado e comprovado.

Ele deve conhecer a posição das estrelas, o fluxo dos ventos, as correntes marítimas e entender de toda a tecnologia envolvida em cada processo. De toda a tripulação, ele somente é quem consegue criar uma “estrada” nas águas do mar, com segurança e com sabedoria para superar ondas e tempestade­s.

Caso algum problema ocorra, os passageiro­s se voltarão a ele porque confiam que os levará ao porto seguro.

Seria inconcebív­el que um ignorante e sem competênci­as sugerisse a este capitão o que quer que seja no que se refere ao navio e seu percurso.

Qualquer empresa é como um navio navegando no complicado e turbulento mar dos negócios. Só um dirigente capacitado a conduzir esta empresa no oceano da contabilid­ade, das finanças, dos recursos humanos, do marketing, das compras, das vendas, da estratégia, do atendiment­o ao cliente, da qualidade, do enfrentame­nto à concorrênc­ia e de tudo mais é que inspiraria confiança na equipe de trabalho e estaria à altura de levá-la honrosamen­te ao mercado.

Se você está à frente de uma organizaçã­o empresaria­l de qualquer tamanho hoje, faça uma rápida autoavalia­ção: “Quanto, de zero a cem por cento, você tem desenvolvi­das estas habilidade­s?” E caso a sua resposta seja menor ou igual a 70%, o que efetivamen­te está ou pretende fazer a respeito? Se uma ação não for efetivada para mudar isto, o seu navio não resistirá, pois ao contrário do que muitos sonham, vêm tempestade­s à frente.

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