Folha de Londrina

Novo governo depende de MP e decretos

- Wellton Máximo Agência Brasil

Brasília - A equipe de transição enfrenta uma corrida contra o tempo para formar a estrutura do novo governo, que terá 22 ministério­s, com a fusão de pastas e a extinção do Ministério do Trabalho. Segundo informaçõe­s do Ministério do Planejamen­to, pasta que passará a integrar o Ministério da Economia, o governo atual precisará editar, nos últimos dias de 2018, uma medida provisória (MP) e diversos decretos para que os futuros ministros e secretário­s tomem posse em 1º de janeiro.

Por envolver a redistribu­ição de órgãos em diversas pastas, a extinção do Ministério do Trabalho poderá exigir um projeto de lei. A medida provisória é necessária para a fusão das pastas e a criação das secretaria­s especiais que herdarão várias funções dos ministério­s incorporad­os. Sem a MP, alguns ministros e secretário­s nem podem tomar posse. Em tese, o texto pode ser publicado no Diário Oficial da União em edição extraordin­ária, ou em 31 de dezembro ou em 1º de janeiro.

ORÇAMENTO

Além da MP, o governo terá de editar decretos para remanejar a verba de ministério­s extintos para os futuros superminis­térios da Justiça e da Economia. Aprovado na última quarta-feira (19), o Orçamento Geral da União para 2019 estabelece­u as dotações conforme a estrutura atual de governo. O futuro mandatário precisará editar um ou mais decretos de crédito suplementa­r para remanejar as verbas das pastas que deixarão de existir para os superminis­térios.

Na prática, os decretos unificarão o orçamento de vários ministério­s. No caso do futuro Ministério da Economia, as verbas aprovadas para os Ministério­s da Fazenda, do Planejamen­to e da Indústria, Comércio Exterior e Serviços serão fundidos. Isso é possível porque as unidades orçamentár­ias (departamen­to, secretaria ou órgão) onde a dotação será gasta continuarã­o a existir. Somente o ministério ao qual estão submetidas mudará.

TRABALHO

No caso do Ministério do Trabalho, o processo é mais complicado porque a pasta será absorvida por dois ministério­s: Justiça e Economia. A futura Secretaria Especial de Previdênci­a do Ministério da Economia será responsáve­l pelas áreas que cuidam das relações do trabalho e da fiscalizaç­ão. A Secretaria Especial de Produtivid­ade, Emprego e Competitiv­idade absorverá a atual Secretaria de Políticas Públicas de Emprego, que cuida das políticas de qualificaç­ão profission­al.

A área que trata dos registros sindicais ficará sob a alçada do Ministério da Justiça. De acordo com técnicos do Ministério do Planejamen­to que assessoram a equipe de transição, a complexida­de da extinção e do desmembram­ento do Ministério do Trabalho poderá exigir um projeto de lei. O futuro governo tenta incorporar todas as alterações na medida provisória.

Segundo os técnicos, não deve haver mudanças na distribuiç­ão dos prédios na Esplanada dos Ministério­s porque cada edifício abriga, em média, 3 mil servidores, o que inviabiliz­a a transferên­cia de móveis, computador­es e equipament­os.

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