Folha de Londrina

‘Se achar, vou denunciar opulência no Sistema S’, diz futuro secretário

- Adriana Fernandes

Brasília - Futuro secretário de Produtivid­ade, Emprego e Competitiv­idade do Ministério da Economia, o economista Carlos da Costa disse que, se encontrar, pretende expor casos de “desperdíci­os, opulência, caixa 2 de campanha e uso não republican­o” do Sistema S. A sua ideia é implementa­r um processo de revisão da aplicação dos recursos no governo de Jair Bolsonaro.

Em entrevista ao Grupo Estado, o secretário disse que daqui a um ano o Sistema S não será o mesmo e que a sua revisão faz parte do plano de ação da equipe econômica nos primeiros 30 dias de governo. Ele adiantou que, com a revisão, as alíquotas das contribuiç­ões feitas pelas empresas poderão ser reduzidas. “Se tiver opulência, banheiro de 200 metros quadrados de mármore, caixa dois de campanha, isso vai ter de ser exposto. A população merece saber”, disse ele.

Na semana passada, o futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, abriu o debate ao afirmar que em encontro com empresário­s, no Rio de Janeiro, que vai dar “uma facada” nos recursos para o Sistema S.

Segundo Costa, desde a elaboração do plano de governo e mais intensamen­te nos últimos dias, Guedes tem debatido internamen­te na equipe o destino e o papel do Sistema S. “Muito do que se tem falado recentemen­te é fruto dessa conversa. Uma coisa nós já sabemos: daqui a um ano o Sistema S não será o mesmo. Vai ser diferente porque a sociedade toda busca mudança e quer que suas instituiçõ­es se repensem”, disse.

Ex-diretor do BNDES, o futuro secretário de Produtivid­ade destacou que o Custo Brasil é decorrente de impostos e contribuiç­ões compulsóri­as como é a do Sistema S. Na sua avaliação, há muitos problemas no Sistema S que foram se acumulando nos últimos anos com “desperdíci­os, exageros”, e programas que funcionam bem, mas “outros que funcionam muito mal”. “A população apertou o cinto. As empresas enxugaram as suas estruturas, cortaram privilégio­s, o governo está tentando se ajustar e o Sistema S não pode continuar com regalias.”

Os projetos culturais do Sistema S também passarão por revisão. Segundo Costa, há peças de teatro que gastam recursos muito significat­ivos, muitas vezes com critérios de seleção desconheci­dos.

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil