‘Avaliação do Paraná é boa’
É preciso explicar sobre o diagnóstico e esclarecer todas a dúvidas para não deixar a família desamparada”
Seguimos à risca oqueestána legislação, de respeitar a fila de espera para o transplante”
O número de doadores efetivos, aqueles que resultam na doação e utilização dos órgãos por milhão de população (pmp), é o indicador universalmente utilizado e mais correto para medir a quantas andam os transplantes. Esse índice, no Paraná, atualmente é de 45 pmp, incluindo doadores vivos e falecidos. “Hoje a avaliação do Paraná é boa. O Estado está bem organizado e estruturado, tanto pela capacitação nos hospitais para atendimento ao paciente, pelo atendimento à família que confirmou óbito e também pela entrevista familiar. O Paraná também está organizado no transporte logístico, tanto de equipes como no de órgãos”, destacou Edi Gláucia Repula, assistente social da Central Estadual de Transplantes e coordenadora da OPO Curitiba (Organização de Procura de Órgãos para Transplantes).
Para se ter uma ideia da evolução, em 2010 esse número era de 8,7 pmp. “Ano a ano esse número foi crescendo. Foi feito um trabalho de organização e hoje, quando entra uma notificação, já entramos em contato com as comissões do hospital para ver como está o cuidado com a família e o paciente. A central de transplantes possui médico 24 horas para conversar com o médico que está com o po- tencial doador para orientar a manutenção de potencial”, destacou Repula.
Ela explicou que a família se dispõe a doar quando recebe um bom atendimento médico hospitalar. “Desde que seja proporcionada segurança para a família de que foi feito de tudo para salvar o paciente, mas que infelizmente isso não foi possível, a família doa. É preciso explicar sobre o diagnóstico e o tratamento realizado e esclarecer todas a dúvidas para não deixar a família desamparada. É preciso uma equipe para acolher essa família”, expôs.
Repula ressaltou que, ao entrar para a lista de espera, o receptor recebe um número pelo qual pode se certificar se o seu cadastro está ativo, embora não consiga acompanhar a posição exata em que está na fila. “Seguimos à risca o que está na legislação, de respeitar a fila de espera para o transplante. Quando não tem receptor no Estado, esse órgão pode ser ofertado para o sistema nacional, que vai ver onde tem algum receptor compatível. Como há um tempo viável de transporte do órgão, o Paraná está mais ligado aos estados do Sul (Santa Catarina e Rio Grande do Sul), São Paulo e ao Distrito Federal, pois são regiões em que a aeronave consegue transportar e chegar a tempo para realizar o transplante”, explicou a assistente social.
Sobre a doação em vida, Repulo explicou que todo transplante intervivo passa pela Central Estadual de Transplantes, que confere a documentação prevista em lei. “O não parentado vai para um juiz e só ele pode dar o parecer se transplanta ou não, seja no intervivo ou doador falecido, conforme determina a Lei nº 9734/1997, pois a central só pode liberar diretamente se a pessoa tiver grau de parentesco até o quarto grau”, explicou.
Atualmente, o Paraná possui 1.332 pacientes na lista de espera somente de rim, dos quais 974 são ativos e os demais semiativos. Semiativo é o paciente que não está bom clinicamente para o transplante naquele momento, ou aquele que não quer ser doador ou não aparece para exames, mas pode aparecer. Na fila do transplante para o fígado são 149 ativos - se somados aos semiativos, esse número pode chegar a 192. “Para o coração a situação é diferente, porque é difícil ter um órgão compatível e viável, pois a idade máxima é de 50 anos e são avaliados o tempo de internamento e a medicação que usa. Atualmente temos 22 pacientes nessa fila. Para pacientes com diabetes, que precisam transplantar o pâncreas e o rim juntos, também são 22 pacientes na fila de espera. Já para transplantes de córnea a fila está zerada. O Paraná ainda não realiza transplantes de pulmão”, destacou.
Ela observou que um doador pode salvar a vida de sete a oito pessoas. “Se doar tecidos pode ajudar de 15 a 20 pessoas, porque existem doações de ossos, de pele e de córnea. Caso haja dúvidas em relação ao processo de doação, a pessoa pode ligar para (41) 3304-1922. No site da Secretaria de Estado da Saúde (http://www. saude.pr.gov.br/modules/ conteudo/conteudo. php?conteudo=2929) também é possível obter informações.