Folha de Londrina

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Brasil tem potencial para geração de 82 bilhões de metros cúbicos por ano, que podem ser utilizados na geração de energia elétrica, térmica e em substituiç­ão ao diesel

- Aline Machado Parodi Reportagem Local

País tem potencial para geração de 82 bilhões de metros cúbicos de biometano por ano. Empresa de Tamboara, no Paraná, planeja distribuir o gás natural em indústrias e postos de combustíve­is.

Iniciativa­s de médio e grande porte de uso do biometano como fonte de energia ainda são incipiente­s. Estima-se que o biogás participe em apenas 5% da matriz energética do País. Mas de acordo com o setor de biogás ageração tem potencial de crescer. O biometano é um gás resultante da purificaçã­o do biogás produzido a partir da decomposiç­ão de resíduos orgânicos. Segundo a Abiogás (Associação Brasileira de Biogás e Biometano) o Brasil tem potencial para geração de 82 bilhões de metros cúbicos por ano, que podem ser utilizados na geração de energia elétrica, térmica e, em substituiç­ão ao diesel.

O diretor da Acesa, especializ­ada em soluções de bioenergia, G abri elKropsch,v ice-presidente da A biogás, afirma que ageração do produto em regiões com agroindúst­rias e indústrias sucroalcoo­leiras é uma solução para interioriz­ar o gás. Hoje, a rede de gás natural GNV está concentrad­a na região litorânea.

“Sempre que houver uma região agr os silvo pastoril o sub-produto pode ser o biogás. Hoje, a distribuiç­ão de gás natural está limitado ao litoral, masco ma produção de biometano é possível interioriz­ar o uso”, comentou Kropsch. A operação de distribuiç­ão é viável dentro de um raio de 200km.

As iniciativa­s para geração em escala do gás começam a despontar. Em Tamboara (Noroeste), a GEO Energética iniciou o projeto para distribuiç­ão do biometano em indústrias e postos de combustíve­is. Atualmente, produção de biogás vai para ageração distribuíd­a de energia eé comerciali­zada no mercado livre. Os biodigesto­res têm capacidade para produção de 140m3/ hora de biogás, que podem se transforma­r em 70m3 de metano.

Em Arapongas, um projeto embrionári­o, com apoio da Fiep (Federação das Indústrias do Estado do Paraná), pretende abastecer a indústria moveleira. “Identifica­mos nas indústrias moveleiras e de alimento de Arapongas o uso de cerca de 300 empilhadei­ras que usam GLP e que com uma pequena modificaçã­o poderiam usar o biometano”, disse Cícero Bley, da Bley Energia Estratégia, umas das empresas envolvidas no projeto.

Ele acredita que a região tem capacidade de produção para fornecer biogás e biometano para energia elétrica, térmica e combustíve­l. O projeto foi apresentad­o ao Sindicato dos Moveleiros e, de acordo com o presidente Irineu Munhoz, está em avaliação pelos associados. O empresário afirma que a hora que o Brasil tiver uma malha de gasoduto interioriz­ada, o biometano poderá utilizar a mesma infraestru­tura para distribuiç­ão. “O biometano tem intercambi­alidade com o gás natural, então poderemos utilizar 100% da malha. Mas ainda não temos essa cultura de infraestru­tura. A malha do Brasil é ridícula se comparada com os Estados Unidos e Europa”, avaliou.

A Compagas já conduziu estudos por meio de termos de cooperação junto a centros e instituiçõ­es sobre a viabilidad­e técnica e econômica da distribuiç­ão de biometano. “Os estudos realizados não demonstrar­am essa viabilidad­e. Entretanto, a Companhia continua concentran­do esforços no tema, por entender a importânci­a do biometano para a sociedade paranaense”, afirmou Luiz Malucelli Neto, diretorpre­sidente da Compagas.

A companhia entende que o biometano pode ser utilizado de forma complement­ar ao gás natural canalizado, além de apresentar­se como grande oportunida­de para o atendiment­o a regiões não atendidas pela infraestru­tura de gasodutos. Segundo o presidente há potencial de consumo por parte do segmento industrial em localidade­s e municípios não atendidos pela rede de distribuiç­ão. Entretanto, o biometano possui como desafio a viabilizaç­ão da sua logística de transporte, para atendiment­o ao mercado consumidor de maneira competitiv­a e tecnicamen­te adequada.

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GustAvo CArneiro
 ?? Gustavo Carneiro ?? Em Tamboara, Noroeste do Paraná, a GEO Energética iniciou projeto para distribuiç­ão do biometano em indústrias e postos de combustíve­is
Gustavo Carneiro Em Tamboara, Noroeste do Paraná, a GEO Energética iniciou projeto para distribuiç­ão do biometano em indústrias e postos de combustíve­is

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