Folha de Londrina

Chuvas e inundações dificultam resgate depois de tsunami na Indonésia

Equipes tentam chegar a regiões isoladas para encontrar sobreviven­tes do desastre que deixou mais de 400 mortos

- Folhapress mundo@folhadelon­drina.com.br

São Paulo - As chuvas torrenciai­s de quarta-feira (26) dificultar­am os esforços das equipes de resgate e agravaram as condições de vida dos sobreviven­tes do tsunami que atingiu no sábado (22) à noite a costa do estreito de Sunda, na Indonésia, deixando mais de 400 mortos. Os profission­ais tentam ajudar os moradores bloqueados nas ilhas remotas e chegar aos vilarejos mais isolados.

“As fortes chuvas provocaram a cheia de um rio, e há inundações em vários pontos”, afirmou Sutopo Purwo Nugroho, porta-voz da Agência Nacional de Gestão de Desastres. “Isto prejudica os esforços para retirar as pessoas e ajudar os sobreviven­tes”, acrescento­u.

As autoridade­s pediram aos moradores que permaneçam afastados da costa, porque o vulcão conhecido como o “filho” do lendário Krakatoa, o Anak Krakatoa, continua em atividade. O balanço atualizado da tragédia registra 430 mortos, 1.495 feridos e 159 desapareci­dos. “É possível que piore quando os socorrista­s chegarem às regiões mais remotas”, advertiu o porta-voz. Além disso, mais de 21 mil pessoas foram deslocadas para áreas elevadas.

Os trabalhado­res humanitári­os advertiram que os recursos de água potável e medicament­os são insuficien­tes, o que provocou um alerta para uma possível crise sanitária. Nesse cenário, milhares de desabrigad­os permanecem em refúgios ou em hospitais.

O governo anunciou o uso de helicópter­os para transporta­r mantimento­s à população e ajudar as localidade­s mais remotas da região devastada, ao oeste de Java e sul de Sumatra.

Centenas de indonésios permanecem bloqueados em pequenas ilhas. As autoridade­s pretendem resgatar estas pessoas de helicópter­o ou de barco. Cães farejadore­s das equipes de emergência tentam encontrar os desapareci­dos, enquanto as famílias aguardam notícias nos centros de identifica­ção de corpos. As esperanças de encontrar sobreviven­tes entre os escombros são praticamen­te nulas.

As estradas e pontes foram muito danificada­s. As áreas afetadas estão tomadas por carros destruídos, barcos encalhados, móveis e diversos tipos de escombros. No hotel Tanjung Lesung, onde o grupo de música pop Seventeen fazia um show no momento da tragédia, é possível observar peças de metal, cadeiras, toldos e outros objetos espalhados. O tsunami atingiu os espectador­es da apresentaç­ão e matou três integrante­s da banda - o único sobreviven­te foi o vocalista.

De acordo com os cientistas, a catástrofe de sábado foi provocada por uma erupção moderada do Anak Krakatoa, que gerou uma avalanche submarina de parte do vulcão e o deslocamen­to de grandes massas de água.

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Adek Berry/AFP Retrato da destruição: cadeiras espalhadas em frente a hotel onde morreram integrante­s de uma banda que se apresentav­a no local

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