Coreias recuperam ligação via trens e estradas
Seul -
As duas Coreias fizeram, nesta quarta-feira (26), uma simbólica cerimônia para reconectar e reparar estradas e ferrovias através dessa península ainda dividida, com o Norte convidando o Sul para participar de projetos conjuntos, apesar das sanções que pesam sobre Pyongyang.
A conexão de estradas e ferrovias faz parte de uma série de medidas que têm como objetivo melhorar os laços bilaterais, conforme acordado em setembro passado, pelo presidente sul-coreano, Moon Jae-in, e pelo líder norte-coreano, Kim Jong-un.
As duas Coreias seguem tecnicamente em guerra, uma vez que o conflito terminou em 1953 com um armistício e não um tratado de paz. Seul ressaltou que a cerimônia ainda não significaria o início real dos trabalhos para ligar e modernizar as vias entre as duas Coreias.
O porta-voz do Ministério sul-coreano da Unificação descreveu a data como uma simples “expressão de compromisso”, acrescentando que a construção dependeria do “progresso da desnuclearização do Norte e das circunstâncias relativas às sanções”.
Já o principal responsável pelo setor de ferrovias de Pyongyang, Kim Yun-hyok, afirmou que o Sul deveria parar de seguir os Estados Unidos no que diz respeito às sanções. “Se (o Sul) continuar procurando para saber o humor de alguém e continuar hesitando, a reunificação nunca acontecerá”, disse Kim na cerimônia realizada na estação de trem na cidade de Kaesong, na fronteira com o Norte.
Poucos minutos depois, para o evento, um trem especial com cerca de cem sulcoreanos a bordo, incluindo autoridades e cinco pessoas nascidas no Norte, partiu de Seul rumo a Kaesong. O trem levava pintado o emblema: “Construamos juntos uma era de paz e de prosperidade, reconexão da ferrovia e das estradas Sul-Norte”.
Alguns temiam que este trem e as mercadorias que pode transportar constituíssem uma violação às sanções impostas ao Norte. Mas o Conselho de Segurança da ONU outorgou uma isenção para o evento, segundo a imprensa local.
Um grupo de pelo menos dez manifestantes protestou contra o líder norte-coreano e contra a conexão ferroviária, denunciando que poderá provocar a transformação da península em um regime comunista.
Sul ressaltou que obras dependem da desnuclearização do Norte