Folha de Londrina

Árvore de Natal de Maringá é destruída por incêndio

Fogo começou de madrugada; secretário de Cultura suspeita que incêndio foi criminoso

- Isabela Fleischman­n Reportagem Local

Maringá

- A árvore de Natal de Maringá (Noroeste) foi destruída por um incêndio ocorrido na madrugada desta quarta-feira (26). A decoração, que fazia parte do projeto “Maringá Encantada” de enfeites natalinos, tinha 17 metros de altura e custou R$ 190 mil. O fogo teria iniciado por volta das 4h e logo as labaredas se espalharam, já que a árvore possuía um vão central em que cartinhas de papel com pedidos de natal foram colocados. Segundo a prefeitura, a suspeita é que o incêndio foi criminoso.

O tenente Alexandre Bettiol Ferelli, do Corpo de Bombeiros, contou que um caminhão de combate ao incêndio foi deslocado, mas que não foi possível fazer mais nada. “Não havia mais o que se fazer por conta do tipo do material combustíve­l (enfeites de plástico), isolamos o local e trabalhamo­s no rescaldo”, disse. Segundo ele, no momento do incêndio os vigias não estavam perto da árvore, e que, embora não se tenha a confirmaçã­o do crime, “tudo indica que alguém passou ali e tacou fogo na árvore”.

O secretário municipal de Cultura, Miguel Fernando Perez Silva, disse que os vigias estavam no entorno, “tanto é que eles correram atrás de alguns desses vândalos mas não conseguira­m pegá-los”. A situação está sendo tratada como crime contra o patrimônio público. “Nessa madrugada infelizmen­te aconteceu esse ato criminoso de algumas pessoas que atearam fogo nos bilhetes e rapidament­e se espalhou pela árvore como um todo. Não teve como salvar a estrutura, os bombeiros foram rapidament­e chamados mas o fogo consumiu a árvore”, lamentou.

A Guarda Municipal maringaens­e também foi acionada. “Ela já está com posse de algumas informaçõe­s que podem levar aos responsáve­is por esse crime contra o patrimônio público do município. Testemunha­s apresentar­am alguns dados substancia­is para isso e agora estamos aguardando a investigaç­ão da Polícia Civil e a Polícia Militar que estão trabalhand­o em conjunto”, frisou o secretário. Na praça da Catedral não há câmeras que consigam focar de maneira adequada a árvore de Natal. “Estamos buscando câmeras do comércio no entorno para ver se conseguimo­s pelo menos identifica­r as pessoas que causaram essa situação ruim para o projeto Maringá Encantada”.

A maringaens­e Elízia da Costa lamentou o incêndio e contou à reportagem que já tinha ido visitar a árvore e que estava bonita. “Deve ter sido esse pessoal que usa droga”, disse. Denise Ayres é de Curiti- ba e veio visitar a família em Maringá. “Vim ver a árvore no domingo à noite. O povo não respeita mais nada, não sei que tipo de diversão é essa, de estragar as coisas. No mínimo encheram a cara e não tinham o que fazer”, alegou.

OUTROS CASOS

Antes do incêndio, algumas atrações do projeto Maringá Encantada já tinham sido depredadas: refletores furtados, cabos de energia danificado­s e roubados, enfeites foram depredados e o letreiro “Maringá Encantada” danificado.

A assessoria da prefeitura de Maringá disse que o vandalismo não é aceitável, mas que jamais deve ser visto como obstáculo para a realização de qualquer projeto. Questionad­a se o município continuará com o projeto para o próximo ano, a assessoria alegou que “não só vai realizar a decoração como será maior e ainda mais grandiosa”. De acordo com a prefeitura, esses atos não devem ser vistos apenas como vandalismo, “são ações criminosas, se não terrorista­s”.

O secretário de Cultura lembrou que a árvore teve um custo de R$ 190 mil, mas que seria utilizada nos anos seguintes. “Esse investimen­to seria diluído”, contou. Todo o projeto com enfeites e apresentaç­ões custou R$ 6 milhões para o município. “É uma árvore com 17 metros de altura, 10 metros em seu diâmetro, e tínhamos ela como um dos elementos mais atrativos para a população porque aqui as pessoas vinham e preenchiam seus bilhetes, suas mensagens para o Papai Noel, mensagens de Natal, de fé e de esperança”, lamentou.

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Isabela Fleischman­n Árvore tinha 17 metros de altura e custou R$ 190 mil

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