Folha de Londrina

Bolsonaro diz que iniciará ‘rígido controle’ da Rouanet

- Folhapress

O presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), afirmou nesta quarta-feira (26), em sua conta pessoal no Twitter, que sua gestão vai exercer controle rígido sobre isenções fiscais relacionad­as à Lei Rouanet. Na avaliação de Bolsonaro, há “claro desperdíci­o rotineiro de recursos que podem ser aplicados em áreas essenciais”. Como exemplo, ele cita um executivo de Furnas, maior subsidiári­a da Eletrobras.

“Neste mês, num só dia, o gerente de responsabi­lidade sociocultu­ral de Furnas autorizou, via Lei Rouanet, R$ 7,3 milhões para 21 entidades”, escreveu o futuro presidente no post. “Em 2019, iniciaremo­s rígido controle de concessões”, anunciou.

No governo Bolsonaro, o MinC (Ministério da Cultura) será transforma­do em secretaria e incorporad­o ao novo Ministério da Cidadania, que também absorverá o Ministério do Esporte e o Ministério do Desenvolvi­mento Social.

O deputado Osmar Terra (MDB-RS), ex-ministro de Desenvolvi­mento Social do governo Michel Temer, comandará a nova pasta. Terra escolheu o professor gaúcho Henrique Medeiros Pires, um gestor com experiênci­a em instituiçõ­es públicas e privadas, para chefiar a futura Secretaria de Cultura.

A Lei Rouanet tem sido alvo de acaloradas discussões por parte da sociedade e da classe política. Segundo pesquisa realizada pela FGV (Fundação Getulio Vargas) sob encomenda do Ministério da Cultura, a Lei Rouanet movimentou quase R$ 50 bilhões entre 1993 e 2018.

A cifra é a soma de impacto direto (R$ 31 bilhões) e indireto (R$ 18,5 bilhões) no período analisado. O número supera o valor da renúncia fiscal concedida pelo mecanismo de incentivo, que foi de R$ R$ 17,6 bilhões desde 1993, em valores nominais - em valores corrigidos, totalizam R$ 31 bi.

Atualmente, o MiC é responsáve­l pela aprovação de projetos inscritos na lei, principal instrument­o de financiame­nto de atividades culturais no Brasil.

Uma vez aprovado o projeto, empresas e pessoas físicas podem participar da captação, doando ou patrocinan­do projetos culturais aprovados pelo órgão. O valor é depois descontado do Imposto de Renda.

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