Estrutura para ‘amortecer as crises’
Para o diretor-executivo do Movimento Pró-Logística de Mato Grosso, Edeon Vaz Ferreira, a alternativa encontrada pelas trades não busca substituir por completo a frota terceirizada. O objetivo das grandes exportadoras, segundo ele, é dispor de uma estrutura para “amortecer as crises”.
“O foco dessas companhias não é o transporte. Vejo essas frotas próprias como um sistema de emergência, a ser empregado para garantir a fluidez do escoamento”, afirmou Vaz, que é consultor em logística de entidades como a Aprosoja e a Ampa.
Ele criticou a atuação do ministro Luiz Fux, que recentemente determinou a suspensão da cobrança de multa às empresas que descumprirem o tabelamento. “Desde o princípio ele busca uma solução negociada, o que é inviável. O preço do frete é uma expressão do livre mercado. O tabelamento é uma invencionice que tem de ser simplesmente derrubada.”
Gilson Baitaca, líder do Movimento dos Transportadores de Grãos de Mato Grosso, disse não acreditar que a adoção de frotas próprias se torne um padrão entre as grandes exportadoras. “Quem se aventurar neste rumo pode até quebrar a cara, em razão dois custos operacionais e trabalhistas. Se fosse viável, já teriam feito isso há muito tempo”, avaliou.
Segundo ele, o diálogo é a única forma de resolver a crise. “As empresas nunca quiseram conversa. Não estamos querendo inviabilizar o negócio de ninguém, apenas assegurar um valor que viabilize o nosso”. (R.V./Folhapress)