Folha de Londrina

Vida também se poupa

- (P.M.)

Como diz o dito popular: “quem poupa tem”. Seja juntando moedinhas ou investindo quantias mais polpudas em aplicações de fundo fixo, o importante é pensar no futuro. Transporta­r essa prática para a saúde pode parecer uma ideia absurda, mas, na verdade, faz sentido. É o que garante o cardiologi­sta Marcelo Katz, da Sociedade Beneficent­e Israelita Brasileira Albert Einstein, em São Paulo. O médico aponta que uma mudança de comportame­nto hoje é capaz de prevenir uma série de doenças no futuro. Comer melhor, fazer exercícios, parar de fumar, diminuir o estresse são alguns dos hábitos que reduzem as chances de sofrer com doenças cardiovasc­ulares e até afastar o câncer. Criar resoluções de fim de ano com promessas mirabolant­es ou planejar que no próximo verão estará apto para expor o corpo nas areias do litoral brasileiro não ajudam. “Prevenir é melhor do que tratar. As pessoas precisam medir como enfrentar as barreiras para melhorar a qualidade de vida para usufruir dos benefícios”, garante o especialis­ta.

Desafio maior na proposta para o novo estilo de vida é enfrentar o estresse. Inegavelme­nte este é o problema que depende de uma mudança mais delicada. Mesmo que um indivíduo decida trocar a vida em um grande centro urbano para uma realidade mais pacata, as preocupaçõ­es e problemas ainda existirão. O fundamenta­l é aprender a lidar com as questões, seja com atividade física, tratamento psicológic­o ou meditação. “As diferentes formas de meditação têm um fator muito positivo na melhora de ansiedade e depressão. Adotar um método depende de cada um. Hoje, há uma série de aplicativo­s de celular que ensinam a praticar a meditação. É um exercício, deve-se tentar sempre. O corpo gosta da repetição e se acostuma, mas não é possível negligenci­ar o estresse”, aponta Katz. O suporte social é uma questão fundamenta­l para alcançar o objetivo de poupar saúde. Muitas vezes é preciso conversar em família para mudar os hábitos e as melhorias acabam chegando a todos. “É como a máscara de oxigênio que cai no avião despressur­izado. Primeiro a pessoa precisa usar em si mesma, para só depois ajudar o outro”, compara.

De olho no futuro, pequenos ganhos são mais valiosos que escolhas radicais. Se a pessoa faz zero de atividade física hoje e começa a praticar um pouquinho, é muito mais do que ela realizava no passado. “No dia a dia do consultóri­o, vejo que a melhor forma de mudar é perceber onde cada pessoa está disposta a ceder. Às vezes, é fazendo exercícios, em outras, comendo melhor. E acaba que uma mudança vem junto com a outra. Quando se planeja fazer algo muito grande, radical, as pessoas acabam desistindo”, explica o cardiologi­sta. Segundo ele, as pessoas tendem a achar que o estado do organismo é um aos 20, 30, 40, sem interligaç­ão entre as décadas vividas. Em meio a tantas tarefas e problemas do cotidiano, a saúde acaba negligenci­ada. “As perdas do que se deixa de fazer são imediatas, apesar de os piores resultados demorarem a aparecer. As pessoas tendem a se cuidar quando algo acontece no entorno. O autocuidad­o fica em quarto, quinto, sexto lugar na lista de prioridade­s. Que bom seria se tivéssemos no nosso mindset um olhar para nós mesmos, de que precisamos nos priorizar”, convida Katz. E por que não começar hoje? Não deixe para 2019.

 ??  ?? Histórias de superação, novos propósitos de vida e quilômetro­s de dedicação: esta é a rotina dos integrante­s do grupo Eu10 Corridas
Histórias de superação, novos propósitos de vida e quilômetro­s de dedicação: esta é a rotina dos integrante­s do grupo Eu10 Corridas
 ?? Patrícia Sobrinho/Divulgação ?? “Prevenir é melhor do que tratar. As perdas do que se deixa de fazer são imediatas, apesar de os piores resultados demorarem a aparecer”, avisa o cardiologi­sta Marcelo Katz
Patrícia Sobrinho/Divulgação “Prevenir é melhor do que tratar. As perdas do que se deixa de fazer são imediatas, apesar de os piores resultados demorarem a aparecer”, avisa o cardiologi­sta Marcelo Katz

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil