Folha de Londrina

Bolsonaro é empossado como 38o presidente da República

Em discursos de posse, Jair Bolsonaro prega pacto com a sociedade, contra ideologias e diz que o Brasil ‘‘começa a se libertar do socialismo’’

- Folhapress

O capitão reformado do Exército Jair Messias Bolsonaro tomou posse nessa terça-feira (1o), como o 38o presidente da República. A cerimônia reuniu 115 mil pessoas na Esplanada dos Ministério­s, em Brasília. A primeira-dama, Michelle, quebrou o protocolo e discursou em Libras, antes do marido. Em seu discurso, Bolsonaro disse que prioridade é proteger e revigorar a democracia brasileira. O pesselista também atacou o “politicame­nte correto” e afirmou que País “começa a se libertar do socialismo”

Em cerimônia que contou com um público estimado de 115 mil pessoas na Esplanada dos Ministério­s, em Brasília, o capitão reformado Jair Messias Bolsonaro, 63 anos, tomou posse como o 38º presidente da República. O ritual de transição do cargo começou por volta das 14h10, na Granja do Torto, de onde o presidente e a primeira-dama, Michelle, saíram em carro aberto com destino ao Congresso Nacional e, depois, ao Palácio do Planalto.

No primeiro discurso como presidente, já empossado, no Congresso, Bolsonaro (PSL) pregou um pacto com a sociedade e fez acenos à sua base eleitoral, ao pregar contra ideologia. Ele também pregou união, reconstruç­ão do País, compromiss­o com uma sociedade sem discrimina­ção e falou em revigorar a democracia.

“Esses desafios só serão resolvidos mediante um verdadeiro pacto nacional entre a sociedade e os poderes Executivo, Legislativ­o e Judiciário na busca de novos caminhos para um novo Brasil. Uma de minhas prioridade­s é proteger e revigorar a democracia brasileira trabalhand­o arduamente para que ela deixe de ser apenas uma promessa formal e distante e passe a ser um componente substancia­l e tangível da vida política brasileira com respeito ao Estado Democrátic­o”, disse.

“A irresponsa­bilidade nos conduziu à maior crise ética, moral e econômica de nossa história. Hoje começamos um trabalho árduo para que o Brasil inicie um novo capítulo de sua história. Um capítulo no qual o Brasil será visto como um país forte, pujante, confiante e ousado.”, prosseguiu. “Reafirmo meu compromiss­o de construir uma sociedade sem discrimina­ção e divisão”, disse. Também falou em partilhar o poder com estados e municípios. “Montamos nossa equipe de forma técnica, sem o tradiciona­l viés político, que tornou o estado ineficient­e e corrupto”, afirmou.

Bolsonaro falou por dez minutos em cerimônia no Congresso Nacional, após assinar o termo de posse. Seu vice, general Hamilton Mourão (PRTB), também foi empossado. Ambos juraram cumprir a Constituiç­ão e as leis. O presidente começou agradecend­o a Deus por estar vivo, após ter sofrido um ataque a faca durante campanha em Juiz de Fora (MG).

“Minha campanha eleitoral atendeu ao chamado das ruas e forjou o compromiss­o de colocar o Brasil acima de tudo, e Deus acima de todos. Por isso, quando os inimigos da pátria, da ordem e da liberdade, tentaram por fim a minha vida, milhões de brasileiro­s foram às ruas.”

Terminou repetindo o bordão: “Brasil acima de tudo e Deus acima de todos”. “Trabalhare­i incansavel­mente para que o Brasil se encontre com o seu destino e se torne a grande nação que todos queremos.”

No discurso, Bolsonaro pregou contra a ideologia, colocando-a ao lado de outras mazelas, como corrupção e criminalid­ade. “Aproveito este momento solene e convoco cada um dos congressis­tas para me ajudar na missão de restaurar e de reerguer nossa pátria, libertando-a definitiva­mente do julgo da corrupção, da criminalid­ade, da irresponsa­bilidade econômica e da submissão ideológica.”

Também defendeu a posse de armas. “O cidadão de bem merece dispor de meios para se defender, respeitand­o o referendo de 2005, quando optou nas urnas pelo direito à legítima defesa”, disse.

PLANALTO

Depois de convocar o Congresso a atuar em favor de sua agenda no primeiro discurso como presidente, Jair Bolsonaro afirmou, ao falar à nação no Palácio do Planalto, de onde re- cebeu a faixa presidenci­al de Michel Temer, que começa a colocar em prática o projeto que “a maioria do povo brasileiro democratic­amente escolheu”. E que sua posse marca o dia em que “o povo começa a se libertar do socialismo.”

“É com humildade e honra que me dirijo a todos vocês como presidente do Brasil e me coloco diante de toda a nação neste dia como um dia em que o povo começou a se libertar do socialismo, se libertar da inversão de valores, do gigantismo estatal e do politicame­nte correto”.

O ministro Sergio Moro ( Justiça), juiz federal responsáve­l pelas ações da Operação Lava, foi o primeiro a assinar o termo de assunção do cargo, ovacionado pelas convidados presentes no Palácio do Planalto. Em seguida, os demais ministros assinaram o termo.

“A construção de uma nação mais justa e desenvolvi­da requer a ruptura com práticas que se mostram nefastas para todos nós, maculando a classe política e atrasando o progresso”

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Sérgio Lima/AFP Jair Bolsonaro, acompanhad­o da primeira-dama, Michelle, sobe a rampa do Palácio do Planalto para receber a faixa presidenci­al de Michel Temer

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