Folha de Londrina

DESCONFIAN­ÇA -

Bolsonaro determina revisão das movimentaç­ões financeira­s dos ministério­s; primeiras medidas do novo governo devem sair semana que vem

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O presidente Jair Bolsonaro determinou a revisão das movimentaç­ões financeira­s dos ministério­s nos últimos dias do governo Michel Temer. De acordo com o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, uma “movimentaç­ão incomum” foi detectada no final da gestão anterior, principalm­ente nos últimos 15 dias do ano. Primeiras medidas do novo governo devem sair na semana que vem.

Brasília - Além de um levantamen­to sobre a movimentaç­ão de pessoal nos últimos 30 dias do governo Michel Temer, o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, disse nesta quinta-feira (3) que o presidente Jair Bolsonaro determinou a revisão das movimentaç­ões financeira­s das pastas nos últimos dias de 2018. Onyx informou que foi detectada uma “movimentaç­ão incomum” no final da gestão anterior. O ministro anunciou ainda que as primeiras medidas do novo governo vão ser anunciadas na semana que vem.

Segundo o ministro, o alto volume de movimentaç­ão de recursos causou “estranheza”, em especial nos últimos 15 dias do ano. “O presidente Bolsonaro quer um relatório de cada um dos ministros para ver para onde foi o dinheiro, por que foi feito e se há suporte”, completou.

De acordo com ele, Bolsonaro pediu aos ministros um levantamen­to sobre todos os imóveis do governo federal nos Estados, sobretudo nas capitais. A ideia é reunir todas as estruturas em um só local, liberando edifícios para a venda.

“É o nascedouro da ideia de uma Casa Brasil nas capitais. A União tem hoje cerca de 700 mil imóveis. Pensem o que isso significa em termos de custo de manutenção”, afirmou. “Também serão revisados todos os contratos de locação de imóveis. Há contrassen­so absurdo no aluguel desses espaços”, acrescento­u.

‘DESPETIZAÇ­ÃO’

O ministro-chefe da Casa Civil afirmou que a ideia do novo governo é estender a exoneração dos cargos de confiança feitos em sua pasta para todo o Executivo e administra­ção indireta. Além de critérios técnicos, serão considerad­as questões políticas, como quem foi responsáve­l pela indicação do servidor e qual sua visão ideológica.

“O primeiro critério é técnico, de competênci­a, e depois a avaliação de como chegou, quem é que indicou, para tentar tirar essas pessoas da atual Casa Civil, e isso pode perpassar demais ministério­s também. Não tem sentido termos pessoas que defendem outra lógica, outro sistema político”, justificou após participar da primeira reunião ministeria­l com o presidente Jair Bolsonaro.

Nesta quinta-feira (3), foram exonerados todos os ocupantes de cargos de confiança da Casa Civil, num total de 320 pessoas. Ao antecipar a decisão, na quarta, Onyx havia dito que o objetivo era iniciar a “despetizaç­ão”, a fim de que o governo possa operar “livre de amarras ideológica­s”. Nesta quinta, ao ser questionad­o se a medida não seria uma espécie de caça às bruxas, ele negou. “Não tem isso. E justamente para não ter é que nós exoneramos todos os comissiona­dos”, reagiu.

RODRIGO MAIA

O ministro-chefe da Casa Civil evitou comentar o apoio do PSL, partido de Jair Bolsonaro, à candidatur­a de Rodrigo Maia (DEM-RJ), seu correligio­nário, para a presidênci­a da Câmara. Em coletiva de imprensa, Onyx voltou a dizer que o governo não vai interferir nas disputas do Congresso.

“O governo não vai interferir, quer seja para a presidênci­a da Câmara, quer seja na do Senado. Todos os governos que tiveram algum grau de intervençã­o na Presidênci­a, os governos todos erraram, basta avaliar meses subsequent­e a isso”, declarou o ministro.

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Marcos Correa/PR
 ?? Max Corrêa/PR ?? Na reunião com ministros, Bolsonaro pediu levantamen­to sobre todos os imóveis do governo federal nos Estados, sobretudo nas capitais
Max Corrêa/PR Na reunião com ministros, Bolsonaro pediu levantamen­to sobre todos os imóveis do governo federal nos Estados, sobretudo nas capitais

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