Privatizações pretendidas por Bolsonaro e Ratinho Junior se sujeitam a chuvas e trovoadas
Dentre os fundamentos dos governos Bolsonaro e Ratinho Junior, o da privatização se sujeita a chuvas e trovoadas. Em ambos os casos há interesse nas joias da coroa: Petrobras mais Banco do Brasil e Caixa, lá, e aqui Copel e Sanepar. Fortemente capitalizadas e com presença maciça no mercado acionário, e super protegidas por um aparato ideológico mais forte do que impulsos e interjeições do momento bolsonaristico, não há sentido em transformá-las em modelos privados. Como não vai bem de higidez, sobra para a Eletrobras, que vi em 1953 anunciada em Curitiba no centenário da província por Getúlio Vargas, cujo simples enunciado provocou convulsões no mercado da energia dominado por trustes ianques e canadenses. Um presidente dessas multis, que pescava trutas arco-íris no Canadá, botou em dúvida a palavra de Vargas, mas teve que aguentar o repique.
Havia sentido na linha estratégica do presidente brasileiro, nacional desenvolvimentista que o Requião tenta resgatar com a mesma paixão que o PT quer tirar Lula da cana para desfrutar sua 51 em paz, longe da algaravia da Gleisi fazendo o papel da Passionária, Dolores Ibarruri. Semeando otimismo na Guerra Civil que Franco venceria como se deu agora por aqui.
Cargos de alta remuneração e o desfrute de tomar grana delas por parte do governo, sem falar na onipresença do monopólio, as fazem intocáveis. Diga-o Jaime Lerner, que fez de tudo para leiloar a Copel, afrontando a lei de iniciativa popular que a protegia, e por causa do ataque às torres geminadas nos Esteites e mais o apagão no sistema interligado do país por aqui zeraram os concorrentes em experiência pior do que a do leilão do Evangélico de Curitiba.
Getúlio morreu pela causa e houve muita revolta, mas na capital o candidato do PTB, Estevam de Souza Neto, ficou bem distante de Ney Braga e Wallace Tadeu de Mello e Silva, pai do Requião, que polarizaram a disputa prefeitural, vencida pelo milico que começou carreira como Chefe de Polícia de Bento Munhoz da Rocha Neto, seu cunhado de primeiras núpcias.
Tudo, como ensinava Ortega y Gasset, depende de tempo e circunstância: se saísse agora um plebiscito nas praias do Paraná sobre o desempenho da Sanepar, na questão do saneamento (água e coleta de lixo) seria privatizada por dez a zero.