Preso há quase 15 dias, Alves será ouvido sobre suposta ameaça
O vereador Rony Alves (PTB), afastado há quase um ano do cargo na Câmara Municipal de Londrina, vai prestar depoimento na sede do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) na tarde desta sexta-feira (4) sobre o fato que culminou na sua prisão, no último dia 22 de dezembro.
O vereador teria ameaçado a principal testemunha do Ministério Público no âmbito da Operação ZR3, o agricultor Júnior Zampar, no início de dezembro na agência de uma cooperativa de crédito na Avenida Santos Dummont, desrespeitando medida cautelar que o impedia de se aproximar de Zampar.
De acordo com o coordenador do Gaeco em Londrina, Jorge Barreto da Costa, o objetivo é justamente permitir que o réu dê a sua versão dos fatos. “É até a primeira oportunidade que ele terá no procedimento investigatório criminal do Ministério Público para apresentar a sua versão para os fatos. O que efetivamente ocorreu, se é que ele tem uma versão, e se é que ele vai falar alguma coisa”, avaliou.
A reportagem entrou em contato com a defesa do vereador, mas não obteve retorno. Logo após a prisão de Alves, em dezembro, o advogado Maurício Carneiro afirmou que o encontro na agência bancária foi casual e que o próprio Zampar o havia chamado a atenção “para lhe pedir desculpas”, disse.
No dia 22 de dezembro, Alves foi preso preventivamente e encaminhado ao Ciac (Centro Integrado de Atendimento ao Cidadão). A prisão ocorreu depois que Júnior Zampar procurou o Ministério Público para relatar que no dia sete de dezembro o vereador o havia abordado na agência bancária. As câmeras de segurança do local comprovam que Rony seguiu Zampar ao longo do estacionamento mas em nenhum momento houve contato físico direto entre os dois a ponto de indicar agressões ou ameaças visíveis.
Na manhã desta quinta-feira (3) Rony Alves participou de uma audiência de custódia sobre o caso e retornou à cela que divide com outras pessoas na unidade 1 da Penitenciária Estadual de Londrina.
No ano passado, a Justiça havia determinado em medida cautelar o afastamento de Alves e Mario Takahashi (PV) das atividades parlamentares na Câmara, e o prazo final vence antes do próximo dia 24.
Questionado se a suposta ameaça poderia colaborar para que a Justiça renove o afastamento, o coordenador do Gaeco preferiu não julgar, assim como não poderia revelar se o Ministério Público vai pedir a renovação da medida por mais 180 dias, como já o fez em meados de julho do ano passado.