Folha de Londrina

Órgão tem diferenças em relação aos observatór­ios sociais

- (A.E.F.)

Para o coordenado­r geral de fiscalizaç­ão do TCE (Tribunal de Contas do Estado), Mauro Munhoz, é importante ressaltar que a formação de um conselho de desenvolvi­mento tem algumas diferenças em relação aos observatór­ios sociais que o órgão incentiva para serem formados nos municípios. “Os observatór­ios sociais têm caráter voluntário e qualquer cidadão pode se organizar de forma a acompanhar os poderes legislativ­o e executivo. Fomentamos esse modelo como um canal de participaç­ão democrátic­a da população. Já no caso desses conselhos, alguns são organizado­s com objetivos próprios a partir de um ou alguns setores.” Munhoz pondera, porém, que não se perde a importânci­a de iniciativa­s como esta, que vislumbrem melhora de serviços públicos a partir de outras demandas. “Claro que é igualmente legítimo que uma parte da sociedade forme um grupo para trabalhar com objetivos mais específico­s, mas o papel dos observatór­ios que incentivam­os é para que aconteça a maior participaç­ão de uma comunidade possível e a cidadania seja incentivad­a na prática.”

Questionad­o sobre essa diferença de funções, o presidente da Acir (Associação Comercial e Industrial de Rolândia), Márcio do Carmo, menciona que um observatór­io pode surgir em Rolândia após a consolidaç­ão do Codese. “O observatór­io virá de dentro do conselho. Primeiro organiza-se o conselho e depois um observatór­io pode ser estabeleci­do.”

Londrina conta com um Observatór­io de Gestão Pública desde 2009. O objetivo é fazer análises das licitações e da atuação do poder público. “Todo trabalho é voluntário e apartidári­o. Qualquer pessoa pode acompanhar as reuniões semanais, mas na atuação não são permitidos integrante­s de licitação nem quem possua cargo político”, explica Pedro Linhares, assessor jurídico do observatór­io. Os patrocínio­s recebidos de seus parceiros são divulgados anualmente no balanço da instituiçã­o.

O observatór­io participa de comitês da prefeitura e este ano acompanhou a formação do Programa Compra Londrina, que visa reduzir os custos das licitações e incentivar a participaç­ão de empresas da cidade. O assessor explica que em Londrina a Acil (Associação Comercial e Industrial de Londrina) também teve participaç­ão no início do Observatór­io de Gestão Pública. “Como sempre tiveram associaçõe­s com varejo e comércio, ajudaram a desenvolve­r a ideia, apresentan­do os problemas que enxergavam, como por exemplo a falta de transparên­cia nas ações do poder público”.

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