VIOLÊNCIA
Vagas ofertadas pelo programa foram preenchidas no Paraná, porém houve desistência
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Um mês após a saída dos médicos cubanos que faziam os atendimentos nas unidades básicas de saúde, municípios continuam à espera de profissionais do Mais Médicos. No Paraná, todas as 458 vagas ofertadas por meio do edital já foram preenchidas. A informação foi repassada pela assessoria de imprensa do Ministério da Saúde. No entanto, conforme o novo cronograma estabelecido pelo governo federal, os profissionais têm entre 7 e 10 de janeiro para apresentar a documentação exigida e dar início aos trabalhos.
A intenção inicial era substituir os médicos cubanos até o dia 3 de dezembro, quando os profissionais brasileiros assumiriam as 8.517 postos de trabalho em 2.824 municípios e 34 DSEIs (Distritos Sanitários Especiais Indígenas). Posteriormente, o prazo para que os médicos se apresentassem nas prefeituras foi prorrogado para o dia 14 de dezembro. Cerca de 34 mil profissionais efetuaram a inscrição até o dia 4 de dezembro, mas houve desistências e localidades que não despertaram interesse.
Em Santa Mariana (Norte Pioneiro), a vaga deixada pelo médico cubano Camilo Francisco Perez ainda não foi preenchida. O profissional atendia a população dos dois distritos do município (Quinzópolis e Panema). Cerca de 3 mil pessoas vivem nas duas localidades. Santa Mariana possui, aproximadamente, 12 mil habitantes.
A secretária municipal de Saúde, Fátima Bergamini, contou que um profissional esteve na cidade, se apresentou para trabalhar, mas desistiu da vaga. “Ele disse que até poderia assumir, mas que não conseguiria cumprir a carga horária de 40 horas semanais prevista no edital. Estamos aguardando para ver quem poderá assumir na próxima semana”, afirmou.
Apenas dois médicos atuam na rede básica de saúde do município, um deles está em férias. Caso a vaga não seja preenchida pelo Mais Médicos, a prefeitura não possui recursos disponíveis para a contratação de um novo profissional. Em Cornélio Procópio, cidade vizinha a Santa Mariana, os três médicos interessados já começaram a atuar.
Em Ponta Grossa (Campos Gerais), 19 das 56 vagas permaneciam ociosas até 28 de dezembro. Porém, conforme o secretário adjunto de Gestão em Saúde do município, Robson Xavier da Silva, boa parte dos médicos já se apresentou extraoficialmente. “Alguns já estão procurando lugar para morar. Temos uma expectativa muito positiva de que todas as vagas serão preenchidas, até porque tem diversos médicos recém-formados no país querendo vir pra cá”, comentou.
Logo após a saída dos cubanos, os profissionais concursados pelo município se revezaram nas unidades de saúde para manter os atendimentos à população. A partir do dia 11 de dezembro, os novos médicos que preencheram parte das vagas assumiram o esquema de revezamento e os 20 concursados retornaram aos postos fixos de trabalho.
“Se, por ventura, as vagas não forem preenchidas, temos um concurso público homologado para a contratação de médicos. Temos 25 profissionais disponíveis para serem chamados. Mesmo com essas vagas preenchidas, o município tem planos de ampliar o Programa Saúde da Família”, ressaltou Silva. As contratações estão previstas para o primeiro semestre.
Em Londrina, todas as dez vagas ofertadas pelo edital do Mais Médicos foram preenchidas. Em Maringá, dois novos profissionais ocuparam os postos de trabalho disponíveis. Em Curitiba, as cinco vagas ofertadas foram escolhidas na primeira convocação e os médicos se apresentaram conforme o prazo. Em Foz do Iguaçu, nove profissionais se interessaram e já estão nas unidades de saúde. Na reserva Apucaraninha, na região de Londrina, uma médica de Curitiba passou a atender a população indígena.
Na segunda etapa do Mais Médicos foram disponibilizadas 2.549 vagas em 1.197 municípios e 34 DSEIs (Distritos Sanitários Especiais Indígenas). Ao todo, 124 postos de trabalho estavam disponíveis no Paraná. De acordo com o Ministério da Saúde, ainda há 842 vagas em aberto em 287 municípios e 26 DSEIs. Os postos de trabalho estão distribuídos em cidades do Acre, Amazonas, Amapá, Bahia, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Pará, Piauí, Rondônia, Roraima, Rio Grande do Sul e Tocantins. Médicos que se inscreveram em editais anteriores e desistiram não poderão fazer a escolha do município. Ainda no mês de janeiro, brasileiros e estrangeiros formados no exterior já inscritos no edital poderão fazer a escolha das vagas remanescentes.
Apenas dois médicos atuam na rede básica de saúde de Santa Mariana