PROTEÇÃO -
No verão, os cuidados com a alimentação e a exposição ao sol devem ser redobrados para evitar as toxinfecções alimentares e doenças como o câncer de pele
Verão é tempo de redobrar os cuidados com a alimentação e com a exposição ao sol para evitar as toxinfecções alimentares e doenças como o câncer de pele. Especialistas dão dicas de como se prevenir e não tornar as férias um pesadelo.
Besuntar o corpo com refrigerante à base de cola, manteiga e até chá de folha de figo. Anos atrás, métodos caseiros como esses eram promessas para um bronzeado acelerado e muita gente chegou a testálos, sem considerar os danos à pele. Mas naqueles tempos os hábitos eram bem diferentes, assim como os trabalhos de prevenção em saúde. A boa notícia é que isso mudou. O dermatologista em Londrina, Airton dos Santos Gon, afirma que as pessoas estão cada vez mais conscientes e têm procurado se cuidar melhor. “A gente não vê tantos abusos como anos atrás”, afirma.
Tal mudança de comportamento se deve muito às campanhas para prevenção de doenças, como o câncer de pele, que há duas décadas tem sido o foco da Sociedade Brasileira de Dermatologia. “O principal fator ambiental relacionado ao câncer de pele é a exposição solar. Tanto a pessoa que toma um pouquinho de sol ou mesmo o mormaço no dia a dia quanto aquela que se expõe esporadicamente têm o risco aumentado para a doença”, ressalta o médico.
O câncer de pele é o tipo mais comum diagnosticado atualmente. Ele responde por 33% de todos os diagnósticos de câncer no País e por 180 mil novos casos a cada ano, segundo o Inca (Instituto Nacional do Câncer). “As pessoas devem ficar atentas a uma ferida que não cicatriza ou uma pinta com comportamento diferente, isto é, que muda de cor, formato e tamanho repentinamente”, alerta o especialista.
Além da exposição solar, a doença também tem relação genética. Pessoas com a pele e os olhos claros ou com histórico familiar da doença são mais propensas. Sabendo dos riscos, a arquiteta que mora em Londrina, Kim Gisele de Souza Tosini Costa, 50, passou a dedicar um tempo diariamente para proteger a pele. “Sou muito branca, tenho muitas sardas e na fase adulta passei a me preocupar com os efeitos, principalmente em relação ao câncer de pele. Me previno consultando um dermatologista regularmente e usando protetor solar todos os dias”, comenta.
Ela lembra que na infância sofria muito por brincar ao sol. “Tinha várias queimaduras, com formação de bolhas na pele e insolação”. Hoje em dia, a arquiteta não vai à praia ou à piscina sem chapéu e evita ao máximo se expor diretamente ao sol. “Procuro ficar debaixo do guarda-sol”, afirma.
Para garantir a proteção do filtro solar, Costa aplica o produto pela manhã e o reaplica na hora do almoço. “É importante lembrar que radiação ultravioleta atravessa nuvem. Então, é preciso se proteger mesmo em dias nublados”, acrescenta Gon, lembrando que o protetor solar é a terceira medida de proteção indicada pelos dermatologistas. “A primeira é evitar o sol sem necessidade, principalmente nos horários em que é mais prejudicial à pele. Em segundo lugar é a proteção com roupa. O filtro só entra para proteger os locais onde a roupa não cobre”.
VITAMINA D
Vale citar que os raios ultravioletas são os principais produtores de vitamina D, que traz benefícios à saúde óssea. Para absorção dessa vitamina, especialmente entre idosos, o recomendado hoje são 30 minutos de exposição ao sol com roupa, três vezes na semana.
O dermatologista explica que o UV-B (raio ultravioleta do tipo B) que faz a síntese de vitamina D tem maior incidência entre 10h e 16h. “Porém, se você tomar o sol mais saudável, isto é, aquele que tem UV-A, que é antes das 10h e após às 16h, também vai ajudar na produção da vitamina só que em menor intensidade”, conclui.