Folha de Londrina

110 já foram detidos no Ceará

- Caio Faheina

Fortaleza - Dois suspeitos de ataques criminosos no Ceará, ainda não identifica­dos, foram mortos durante troca de tiros com a Polícia Militar na madrugada de domingo (6). No combate, no bairro Granja Portugal, em Fortaleza, um policial foi atingido na mão.

O caso aconteceu após os suspeitos tentarem atear fogo em um posto de atendiment­o do Departamen­to Estadual de Trânsito (Detran). Coletes balísticos, um revólver calibre 38, munições deflagrada­s, coquetéis molotov, galões de combustíve­is e um veículo também foram apreendido­s pela PM. Na última quinta-feira (3), um suspeito também foi morto após atirar contra uma equipe policial que estava atendendo a uma ocorrência de dano a um fotossenso­r na CE-010.

Além disso, mais sete pessoas foram presas de sábado (5), para domingo, por envolvimen­to nas ações criminosas no Ceará desde a última quarta-feira (2). Com as novas capturas, 110 pessoas, ao todo, estão detidas - destes, 34 são adolescent­es. A informação é da Secretaria da Segurança Pública do Estado do Ceará (SSPDS).

Um preso em flagrante por venda irregular de combustíve­l a grupos criminosos também foi detido. Um caminhão foi apreendido e o homem foi direcionad­o para a Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizada­s (Draco). “De acordo com as apurações, o suspeito vendia cada galão de gasolina a R$ 70”, afirmou a pasta.

Mais de 100 ataques criminosos ocorreram no Estado cearense desde a última quarta-feira. Mais de 20 municípios foram palco dos crimes. Ônibus, agências bancárias, delegacias, equipament­os públicos, veículos particular­es, postos de combustíve­is e supermerca­dos foram atingidos.

Mais de 300 profission­ais de segurança pública e 30 veículos, enviados pela Força Nacional de Segurança, estão reforçando a patrulha policial desde a noite de sábado. Cerca de 80 agentes penitenciá­rios também foram enviados ao Ceará pelos governos de outros Estados do Nordeste para fortalecer o sistema prisional.

Segundo investigaç­ões, a origem dos ataques criminosos estaria ligada ao discurso do titular da recémcriad­a Administra­ção Penitenciá­ria, Luis Mauro Albuquerqu­e. O secretário afirmou não reconhecer o poder das facções rivais em unidades prisionais distintas. Até o fim de 2018, membros do Primeiro Comando da Capital (PCC) estavam na Casa de Privação Provisória de Liberdade 3 (CPPL 3), na Região Metropolit­ana de Fortaleza. Integrante­s da Guardiães do Estado (GDE), aliados do PCC no Ceará, eram levados à CPPL 2. Já criminosos ligados ao Comando Vermelho, nas CPPLs 1 e 4. Presos sem ligação com quaisquer facções também estão espalhados pelas unidades.

Na capital cearense, 136 ônibus de 109 linhas (menos de 10% da frota total) circulam com policiais militares. Outros 21 veículos têm agentes de segurança na Região Metropolit­ana. A iniciativa foi articulada com o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiro­s do Estado do Ceará (Sndiônibus).

Na capital cearense, 136 ônibus de 109 linhas circulam com policiais militares

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