Folha de Londrina

TJPR revoga homologaçã­o de três acordos de delação no âmbito da Patrocínio

Decisão não afeta conteúdo dos depoimento­s; MP diz que readequaçõ­es serão cumpridas

- Vitor Struck Reportagem Local

Odesembarg­ador do Tribunal de Justiça do Paraná, Luís Carlos Xavier, não homologou três acordos de colaboraçã­o premiada firmados entre réus da Operação Patrocínio e o Ministério Público. Os acordos, realizados em julho de 2018, ajudaram a revelar o cometiment­o de crimes como organizaçã­o criminosa e corrupção passiva e ativa na Prefeitura de Rolândia, cuja deflagraçã­o culminou no afastament­o do prefeito, Luiz Franciscon­i Neto, e cinco secretário­s municipais, além de empresário­s.

De acordo com a decisão, as condições para o fechamento do acordo não poderiam ter sido tratadas naquele momento, portanto, são de competênci­a exclusiva do magistrado e não do Ministério Público. Entretanto, em nada ficam prejudicad­os os conteúdos destas delações, assim como a denúncia contra 19 pessoas pelo cometiment­o de 35 fatos criminosos.

Segundo o promotor Renato de Lima Castro, estes acordos já haviam sido homologado­s anteriorme­nte pela Justiça, mas em decisão que ele considera “absurda” o desembarga­dor Xisto Pereira revogou os acordos. Castro, porém, diz que as readequaçõ­es ao Código Penal vão ser cumpridas. “Nós vamos adequar, mas ele não indicou quais são estas condições que ele entendeu indevidas, disse que nós exorbitamo­s, mas não quais. Nós vamos aguardar a readequaçã­o e pedir uma nova homologaçã­o”, afirma Castro.

Os acordos foram firmados com o proprietár­io da empresa Metalmax, Marco Antonio Pavoni, o ex-secretário de Finanças de Rolândia, Francisco Ramos Vasques Filho, e o exSecretár­io de Administra­ção, Milton Faccione. O promotor também lembra que houve a separação dos processos que tramitam contra o prefeito afastado, que estão no TJPR, em relação às denúncias contra os outros réus.

DENÚNCIA

Franciscon­i é acusado de ter desviado R$ 150 mil de um contrato firmado entre a Prefeitura e a empresa Somopar. O recurso teria sido usado na campanha de reeleição, em 2016, e é objeto de denúncia, também, na Câmara Municipal de Londrina, onde uma Comissão Processant­e foi instalada. Já os secretário­s são acusados de terem exigido quantias em outros contratos com empresas terceiriza­das. As defesas dos acusados negam as irregulari­dades.

 ??  ??
 ??  ??
 ??  ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil