Iapar: em defesa de um bem público
O Iapar (Instituto Agronômico do Paraná) foi instituído em 1972 sendo sua sede principal em Londrina. A ideia de fundar um centro de pesquisa surgiu de uma necessidade prática - a fragilidade da economia paranaense naquela época, sustentada basicamente na cafeicultura. E foi impulsionada pelo esforço de técnicos, produtores e lideranças políticas e empresariais ligadas à agricultura, como a Sociedade Rural do Paraná, Associação dos Engenheiros Agrônomos, Folha Rural e personalidades como Celso Garcia Cid, João Milanez e Francisco Sciarra, entre outros.
Foi com muito alívio e satisfação que recebemos a boa notícia da sensibilização por parte do governador Ratinho Júnior na questão da não transferência da sede do instituto para Curitiba. Dois aspectos têm que ser ressaltados neste episódio. Primeiro a rápida articulação de segmentos importantes da sociedade londrinense, quer sejam empresários, políticos ou representantes de entidades vitais de nossa cidade e região. O segundo foi a abertura de um espaço para diálogo por parte do governo de Estado. Tal atitude mostra maturidade política e espírito público, sem nenhum viés de autoritarismo. Mais importante ainda foi o estabelecimento de um canal de comunicação que, esperamos, torne-se rotineiro no dia-a-dia político e administrativo para com Londrina.
Embora tenha-se noticiado que a fusão do Iapar com outros órgãos - Emater (Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural), Cosapar (Companhia de Desenvolvimento do Paraná) e, ainda, o CPRA (Centro Paranaense de Referência em Agroecologia) -, a verdade é que não sabemos até que ponto isto poderá ser melhor para o agronegócio em nosso Estado. Obviamente que todos nós sabemos da necessidade em se modernizar métodos e procedimentos para dar maior agilidade e eficiência à máquina pública. Entretanto, os quase 47 anos de excelentes serviços prestados pelo instituto à sociedade paranaense não podem ser resumidos na frieza de números.
A pujança agrícola e pecuária do Paraná são também decorrentes do esforço e competência dos pesquisadores e funcionários do Iapar, bem como a parceria em muitos projetos com a UEL (Universidade Estadual de Londrina) e outras instituições públicas e privadas de ensino superior. Além disso, a participação do instituto junto ao ecossistema de inovação de Londrina pela governança do agronegócio está muito bem estabelecida.
Por fim, gostaríamos de ressaltar que torcemos por uma gestão plena de sucesso por parte do governador e equipe. Mas nós, reitor, vice-reitor e presidente da Sociedade Rural do Paraná não podemos nos furtar de um posicionamento claro e firme naquilo que acreditamos. O Iapar foi, é e deve continuar a ser um órgão independente para seguir como um baluarte do agronegócio paranaense. E Londrina, sua sede.
O Iapar foi, é e deve continuar a ser um órgão independente para seguir como um baluarte do agronegócio paranaense. E Londrina, sua sede”
Sérgio Carlos de Carvalho, Décio Sabbatini Barbosa, Antônio de Oliveira Sampaio,
e
reitor da UEL; vice-reitor da UEL; presidente da Sociedade Rural do Paraná.