Folha de Londrina

No PR, discurso de redução do Estado deve ser bem recebido

- (V.S.)

No Paraná, o governador Ratinho Junior (PSD) foi eleito como discurso de que iri amoderniza­ra gestão, enxugara estrutura administra­tiva do Estado e, sobretudo, cortar gastos. Neste sentido, Junior reduziu de 26 para 15 o número de secretaria­s estaduais, entretanto não se sabe o quanto a medida vai impactar no orçamento. Nesta semana, ele também decretou contigent inciamento de 20% nos recursos do governo, oque representa algo em torno de R $8 bilhões em investimen­tos.

Para o cientista político Mário Lepri, esta lógica trazida pelo grupo político de Ratinho Junior de “menos Estado e mais sociedade”, que se aproxima com o liberalism­o de Paulo Guedes, o ministro da Economia de Jair Bolsonaro, é correta.

“Eu acho que ele encaminhou bem quando foi lá no Paulo Guedes e conversou, porque o Guedes quer privatizar os aeroportos, então acho que se tiver um bom diálogo aí pode aparecer algo em relação aos aeroportos de Curitiba, Londrina, Foz (Infraero), a questão do porto, as questão de rodovia”, estima, em referência à intenção do governo estadual de “assumir” os aeroportos de Londrina e Foz para repassá-los à iniciativa privada.

Para Londrina, o anúncio mais “polêmico” do governador foi o de uma fusão entre o Iapar (Instituto Agronômico do Paraná) e outras autarquias da agricultur­a como Emater (Instituto Paranaense de Assistênci­a Técnica e Extensão Rural), Codapar (Companhia de Desenvolvi­mento Agropecuár­io do Paraná) e CPRA (Centro Paranaense de Referência em Agroecolog­ia). Mas, após a pressão de entidades, Ratinho Junior descartou uma possível mudança da sede administra­tiva para Curitiba.

“Ele sinaliza que sim, que há uma certa necessidad­e de certa diminuição da burocracia porque você tem que enxugar. Se trouxer a estrutura de Curitiba, inclusive, para Londrina, aí ele sinaliza muito bem”, aprova Lepri.

Sobre o bloqueio de 20% nas despesas totais do Estado, o professor Elve Cenci avalia que mesmo sendo algo corriqueir­o em muitas lideranças do Poder Executivo em início de gestão, esta medida tem um viés nitidament­e político, no sentido de marcar uma posição enquanto, na prática, acende um alerta quanto a uma possível descontinu­idade na prestação dos serviços públicos.

“O que ele poderia fazer era primeiro tomar pé, como qualquer governo novo, gastar um tempo para saber a situação real do Estado. Porque se ele mesmo admite que o conhecimen­to de todos os dados ainda não é pleno, então antes de cortar seria mais adequado ter o conhecimen­to mais aprofundad­o da situação financeira”, avalia.

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