Frango e suínos: à espera de um ano mais promissor
De acordo com números levantados pela ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal), a produção de carne de frango fechou 2018 com 12,82 milhões de toneladas, volume 1,7% inferior as 13,05 milhões de toneladas produzidas no ano anterior. As exportações do segmento encerraram o ano com total de 4,1 milhões de toneladas, volume 5,1% menor em relação às 4,32 milhões de toneladas exportadas em 2017. Já a carne suína deve apresentar retração de 3,2%, alcançando 3,63 milhões de toneladas. Os embarques do segmento totalizaram 640 mil toneladas, volume 8% inferior às 697 mil toneladas exportadas no período anterior.
Segundo a associação, em relação à carne de frango, o alojamento de matrizes do ano passado indica uma oferta moderada do produto agora em 2019. A expectativa é de que o ritmo de produção deste ano seja 1,39% superior, alcançando produção de 13,2 milhões de toneladas. Para a carne suína, o mercado será influenciado pela expectativa de elevação da demanda internacional pelo produto, especialmente da China (com a redução dos planteis, diante dos focos de peste suína africana) e da Rússia (recentemente reaberta para o Brasil).
Os número do Sindiavipar (Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná) ainda não estão fechados, mas o presidente da entidade, Domingos Martins, relata que o Estado “passou bem” pelas dificuldades do ano passado, como o caso da greve dos caminhoneiros. De acordo com a ABPA, milhões de aves morreram durante os 10 dias de paralisação, com os impactos superando R$ 3,1 bilhões - sendo R$ 1,5 bilhão irrecuperável. “Nossa expectativa é ainda de apresentar um número positivo na produção, com crescimento nos abates e quilos. Aliás, passamos a representar 37% do volume nacional contra 33% anteriormente”, compara.
Domingos relata, aliás, que a crise dos caminhoneiros acabou, apesar de gerar prejuízos ao setor, mas também trouxe oportunidades em certas situações. “Alavancamos a produção por termos capacidade instalada, indústrias bem distribuídas pelo Estado e aqui ser um celeiro de grãos. Tivemos problemas com a falta de ração, mas foi por pouco tempo, enquanto o volume de soja e milho era grande.”
Novembro passado, aliás, foi um mês recorde para o setor estadual. Com 147 milhões de cabeças de frango abatidas, o Paraná conseguiu sua melhor marca no décimo primeiro mês do ano em sua história, elevando em 5,1% a produção, em comparação ao mesmo período de 2017. “O trabalho em conjunto na produção, integrando os pequenos avicultores com as cooperativas, permitiu que superássemos os desafios do primeiro semestre para conseguir finalizar o ano com esse crescimento. Temos a expectativa para este 2019 de que o mercado interno volte a aquecer, graças ao aumento do poder de consumo das famílias”.
Para 2019, o presidente da entidade acredita que o crescimento pode ficar entre 4% e 6%, percentuais que não chegaram nem perto disso em 2018, apesar dos números ainda não fechados. “Estamos trocando o presidente, passando por ajustes, e precisamos acreditar nesta nova fase.”