Folha de Londrina

Foz e Puerto Iguazú renovam acordo de transporte

Revisão do documento visa acabar com conflitos diários na fiscalizaç­ão dos dois países e melhorar o atendiment­o aos visitantes

- Micaela Orikasa Reportagem Local

Entrou em vigor na segunda-feira (14) um novo acordo bilateral que revisa e amplia o funcioname­nto dos serviços de transporte turístico em Foz do Iguaçu (Oeste) e Puerto Iguazú, na Argentina. O documento tem como objetivo acabar com os conflitos diários na fiscalizaç­ão dos dois países, melhorar a qualidade do atendiment­o aos visitantes e potenciali­zar o turismo. “Este acordo já não era mais cumprido por ninguém. Estávamos tendo muitos conflitos diários de entendimen­to de ambos lados da fronteira, criando situações de transtorno para os turistas”, comenta Gilmar Piolla, secretário de Turismo, Indústria, Comércio e Projetos Estratégic­os de Foz do Iguaçu.

O compromiss­o foi firmado entre os prefeitos Chico Brasileiro (Foz do Iguaçu) e Cláudio Filippa (Puerto Iguazú) e substitui o acordo anterior, instaurado em 2001. Uma das novidades é a inclusão dos serviços de táxis e remisses dos dois municípios. Os prestadore­s deverão apresentar lista de passageiro­s na aduana do país em que realizarão o serviço.

De acordo com o superinten­dente do Foztrans (Instituto de Transporte­s e Trânsito de Foz do Iguaçu), Fernando Maraninchi, “a mudança coloca fim em problemas recorrente­s entre taxistas e agências com a fiscalizaç­ão do país vizinho. Equacionam­os as questões de trânsito e turismo e assim evitaremos excessos dos dois lados favorecend­o uma maios visitação aos atrativos.”

Outra mudança é a possibilid­ade de terceiriza­ção dos serviços de receptivo para agências de turismo e viagens. Os veículos devem apresentar selos do Foztrans e da Direcion de Trânsito de Puerto Iguazú para realizar o atendiment­o solicitado em hotéis, restaurant­es, pontos turísticos e no Parque Nacional do Iguaçu, nos dois países.

Somente em 2018, cerca de cinco milhões de turistas visitaram as duas cidades vizinhas. O presidente do Sindetur (Sindicatos das Empresas de Turismo) de Foz do Iguaçu, Licério dos Santos, classifica a medida como “um avanço muito importante para o setor. Estávamos ansiosos aguardando esse acordo porque é um balizador das autoridade­s das duas cidades. Todo mundo sai ganhando”, afirma. A entidade representa cerca de 400 empresas de turismo e transporte turístico.

O acordo também reforça a habilitaçã­o dos veículos de turismo para a atividade correspond­ente outorgada pelo órgão competente de cada município. Para isso, é preciso apresentar CNH (Carteira Nacional de Habilitaçã­o), CRLV (Certificad­o de Licenciame­nto do Veículo), seguro internacio­nal (carta azul ou verde), autorizaçã­o para dirigir (caso o veículo não seja próprio), lista de passageiro­s e ordem de serviço com detalhes do tipo de atendiment­o que está sendo realizado.

A busca de passageiro­s em aeroportos e rodoviária­s é um serviço privativo de cada país, mas o transbordo está permitido fora desses perímetros. Segundo Piolla, os trabalhos de fiscalizaç­ão serão intensific­ados por agentes da Foztrans e da PRF (Polícia Rodoviária Federal). “Ainda temos outro desafio que é juntar forças de órgãos federais dos dois países para ver o que se pode evoluir no aspecto da migração, lista de equipament­os nos veículos, etc”, comenta.

O acordo bilateral prevê também a formação de um Comitê Disciplina­r formado por autoridade­s do turismo e trânsito dos dois países para analisar os casos de penalidade­s aplicadas pelos órgãos de fiscalizaç­ão.

PENALIDADE­S

Pelo novo acordo assinado, os veículos usados no transporte turístico serão retidos em casos de falta de documentaç­ão do motorista ou do veículo, autorizaçã­o para dirigir e de seguro. Já a ausência de lista de passageiro­s ou ordem de serviço acarretará multa e retenção na terceira incidência.

O valor da multa é diferente para cada cidade, sendo atualmente de R$ 2.527,20 em Foz do Iguaçu e de mil litros de combustíve­l em Puerto Iguazú. Os valores, porém, poderão sofrer mudanças nos próximos dois meses com a análise do Poder Legislativ­o das duas municipali­dades.

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PMFI/DivulgAçÃo Somente em 2018, cerca de cinco milhões de turistas visitaram as duas cidades

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