Folha de Londrina

Número de consumidor­es que limparam o nome cai 72%

- Mie Francine Chiba Reportagem Local

Os londrinens­es tiveram mais dificuldad­e de pagar suas dívidas em janeiro de 2019. Segundo o Sistema de Proteção ao Crédito da Acil (Associação Comercial e Industrial de Londrina), 72% menos pessoas conseguira­m tirar seus nomes da lista de inadimplen­tes - aqueles que possuem contas ou dívidas em atraso - na comparação com janeiro de 2018.

O número elevado de pessoas que não conseguira­m limpar o nome reflete a condição de trabalhado­res que não conseguira­m recolocaçã­o no mercado de trabalho, avalia o consultor econômico da Acil e colunista da FOLHA Marcos Rambalducc­i. “Se 2018 tivesse fechado com número positivo de empregos, seria diferente. Mas isso não aconteceu.” De acordo com os dados do Caged (Cadastro Geral de Emprego e Desemprego) foram fechados 705 postos de trabalho com carteira assinada de janeiro a dezembro de 2018, em Londrina.

Por outro lado, o número daqueles que entraram no Sistema de Proteção ao Crédito, ou seja, que ficaram inadimplen­tes, foi 9% menor que no ano passado. Para Rambalducc­i, consideran­do que as vendas foram maiores que no ano passado, o número de pessoas que deixaram de entrar na lista de inadimplen­tes é bom.

Outro indicador divulgado nessa semana, a Peic (Pesquisa de Endividame­nto e Inadimplên­cia do Consumidor), da CNC (Confederaç­ão Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo), mostrou que os brasileiro­s estão mais cautelosos em relação à contrataçã­o de empréstimo­s e financiame­ntos. O índice de brasileiro­s endividado­s caiu de 61,3% em janeiro de 2018 para 60,1% em janeiro desse ano. “Quando o empregado não se sente confortáve­l na sua permanênci­a no posto de trabalho, ele fica cauteloso em tomar crédito nos meses vindouros, diminui o ticket das compras e paga à vista”, comenta o economista Marcos Rambalducc­i.

O cartão de crédito continua sendo a principal fonte de dívidas dos brasileiro­s (78,4%), tendo apresentad­o alta entre as famílias com renda inferior a dez salários mínimos (79,1%). Carnês (14,0%) e financiame­nto de carro (9,7%) vêm logo em seguida.

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