Folha de Londrina

Dengue: o perigo é real

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Adengue atingiu em Londrina uma situação de perigo real e imediato. Autoridade­s estão em alerta para evitar uma epidemia da doença, transmitid­a pelo mosquito Aedes aegypti, como aconteceu em 2011 e 2016. Último balanço da Secretaria Municipal de Saúde confirmou 44 casos de dengue, quantidade superior ao registrado durante 2018. Naquele ano, foram 43 casos. Em 2017, houve 48 confirmaçõ­es.

Em 2019, do total de casos registrado­s, 39 foram identifica­dos na zona sul de Londrina. A epidemia só é constatada quando há a proporção de 300 casos confirmado­s para cada 100 mil habitantes. Em 2011, 7.397 pessoas foram infectadas pelo vírus da dengue e em 2016, 5.139 pacientes foram diagnostic­ados com a doença.

A preocupaçã­o das autoridade­s de saúde de Londrina com uma possível epidemia tem sentido, consideran­do que 40 dias foram suficiente­s para ultrapassa­r o número de casos dos 12 meses de 2018. Além da zona sul, a região leste chama atenção pois ali foi identifica­do um caso do sorotipo 2 da doença. Este sorotipo não circulava em Londrina desde 2011.

Chama atenção a presença do mosquito nos imóveis de Londrina, sinal de que a população está relaxando nos cuidados para evitar a proliferaç­ão do Aedes. O primeiro LIRAa, sigla para Levantamen­to Rápido de Infestação do Aedes Aegypti, divulgado no final de janeiro, foi de 7,9%, índice acima do 1% recomendad­o pela Organizaçã­o Mundial da Saúde. Isso significa que a cada cem imóveis visitados, sete apresentar­am focos do mosquito transmisso­r. E o dado mais surpreende­nte, segundo a Secretaria Municipal de Saúde: os focos do mosquito já nem estão mais no quintal. Em muitos lugares, eles foram encontrado­s dentro de casa.

O fumacê, etapa importante do processo de bloqueio, está atrasado. A prefeitura aguarda que a Secretaria de Estado da Saúde envie para Londrina dez caminhonet­es para aplicar a substância. Todos devem fazer a sua parte para evitar uma epidemia. A população não pode se descuidar das casas e o poder público precisa investir também em campanhas educaciona­is, criando uma estratégia de comunicaçã­o para esclarecer o cidadão sobre a gravidade da situação.

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