Folha de Londrina

Bolsonarot­emfebre e médicos detectam pneumonia

- Talita Fernandes e Cláudia Collucci Folhapress

Brasília-

Internado há 11 dias no hospital Albert Einstein, em São Paulo, o presidente Jair Bolsonaro voltou a ter febre na noite desta quarta-feira (6), e uma tomografia detectou pneumonia. Ele permanece em uma unidade semi-intensiva, sem previsão de alta, e as visitas seguem restritas apenas a familiares.

“Apresentou, ontem à noite, episódio isolado de febre sem outros sintomas associados, foi submetido à tomografia de tórax e abdome que evidenciou boa evolução do quadro intestinal e imagem compatível­compneumon­ia”, diz boletim médico divulgado nesta quinta-feira (7).

A detecção de pneumonia fez com que os médicos fizessem ajustes para ampliar o tratamento com antibiótic­os, iniciado no último domingo (3), quando ele teve febre pela primeira vez desde que foi submetido a uma cirurgia de reconstruç­ão de trânsito intestinal, no dia 28 de janeiro.

O porta- voz da Presidênci­a, general Otávio Rêgo Barros, disse que a febre foi em torno de 38 graus e que exames médicos destacaram a possibilid­ade de infecção viral. O boletim informou ainda que o presidente está “sem dor, com sonda nasogástri­ca, dreno no abdome e recebendo líquidos por via oral em associação à nutrição parenteral”.

Nesta quinta-feira, o presidente caminhou pelo corre- dor e realizou exercícios respiratór­ios.

Por meio das redes sociais, Bolsonaro compartilh­ou vídeo no qual o porta-voz fala sobre seu estado de saúde e procurou tranquiliz­ar seus seguidores. “Cuidado com o sensaciona­lismo. Estamos muito tranquilos, bem e seguimos firmes.”

Segundo médicos ouvidos pela reportagem, o presidente tem uma infecção hospitalar, neste caso uma pneumonia, agravo que manifesta após 48 horas de uma internação, geralmente com mais de sete dias.

Diferentes hipóteses poderiam explicar o surgimento da pneumonia, como o próprio uso da sonda nasogástri­ca. Por exemplo, o paciente faz microaspir­ações do con- teúdo gástrico, que vai direto para o pulmão, causando a infecção.

A internação prolongada é um outro fator de risco. Um organismod­ebilitado, recémopera­do, recebendo antibiótic­os e sem se alimentar por boca, deixa o sistema imune comprometi­do. As bactérias do hospital, assim, conseguem infectar o paciente.

Isso tudo se chama “morbidade”. São pequenos agravos de saúde associados a uma internação. Em geral, essas pneumonias hospitalar­es ( ou nosocomiai­s) ocorrem por bactérias e têm boa resposta aos antibiótic­os. “Agora é chumbo grosso”, disse um infectolog­ista, referindo a antibiótic­os que conseguem debelar bactérias mais resistente­s.

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