Folha de Londrina

Menos Lula e mais Brasil

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Na quarta-feira de manhã, eu estava passeando com o Cisco quando cruzei, na Rua Cruzeiro do Sul, com um simpático vizinho aposentado, praticante de esportes e autor de poemas. Apontando as nuvens que se formavam no horizonte, ele disse: “Hoje vai chover”. Meu vizinho nunca estudou meteorolog­ia; ele apenas aprendeu com a sabedoria dos antigos. E não deu outra: à tarde, choveu.

Na hora da chuva (que aliás foi rápida), recebi a notícia de que a juíza Gabriela Hardt havia condenado Lula a 12 anos e 11 meses de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro no caso do sítio de Atibaia. Meu primeiro impulso foi ligar para minha editora e pedir que ela substituís­se o texto da coluna, já enviado pela manhã. Mas, depois de uma breve reflexão, preferi deixar como estava, com a crônica das perguntas.

Então, eu me dei conta de um fato ao mesmo tempo surpreende­nte e alentador: a prisão do ex-presidente não é mais uma notícia tão bombástica quanto era antes. Ainda ocupa as manchetes dos jornais, mas deixou de ser o evento extraordin­ário de algum tempo atrás. Progressiv­amente, as condenaçõe­s de Lula - agora já podemos usar o plural - caminham para se tornar parte da nossa rotina, algo tão previsível quanto uma chuva de verão para o meu vizinho aposentado.

Em julho de 2017, quando Sergio Moro condenou Lula pela primeira vez, eu estava passando um período em Atibaia, para escrever o livro sobre o Colégio Mãe de Deus. Felizmente, a casinha que minha tia possui lá, onde fiquei hospedado por um mês, foi comprada com o suor do seu trabalho de advogada e professora. Não se pode dizer o mesmo de outro sítio da cidade, né?

Lula é réu em mais cinco processos. A sua nova condenação mostra que o país felizmente encerrou um ciclo. A Nova República, dança das tesouras em que reinaram PT e PSDB, ficou para trás. É necessário olhar para o futuro e deixar que Lula e seus adoradores ocupem o lugar reservado para as grandes vergonhas de nossa história. Precisamos encarar o que há por vir: na educação, na segurança, na economia, numa nova posição do Brasil no cenário internacio­nal.

Desejo que Lula ainda viva muitos anos para pagar por tudo que fez. E espero que o futuro do PT, essa sigla lastimável, seja apenas um retrato nos livros de história, como exemplo daquilo que jamais deve acontecer outra vez com o nosso país. Contudo, é necessário permanecer vigilante: ao menor sinal de desatenção ou fraqueza, a esquerda e os globalista­s podem retomar o poder e infernizar a vida dos brasileiro­s.

Apesar de todos os perigos, eu sonho com o dia em que Lula deixe de ser notícia, para que o Brasil seja.

A condenação do ex-presidente não é mais o evento extraordin­ário que era até algum tempo atrás

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