Folha de Londrina

AVENIDA PARANÁ

Juntos os dois grupos contribuír­am com 0,29 ponto percentual para a inflação de janeiro, que fechou em 0,32%

- Daniela Amorim Agência Estado Rio de Janeiro -

No silêncio eu choro, Flamengo. O Brasil inteiro chora lágrimas rubro-negras por seus meninos

Os gastos mais elevados com alimentaçã­o e despesas pessoais respondera­m por quase 90% da inflação de janeiro, segundo Pedro Kislanov da Costa, analista do Sistema Nacional de Índices de Preços do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatístic­a. “Quase 90% do índice foi Alimentaçã­o e Despesas Pessoais. Lembrando que Vestuário teve queda”, disse Costa.

Os alimentos subiram 0,90% em janeiro, uma contribuiç­ão de 0,22 ponto porcentual para a inflação do mês. Já os gastos com despesas pessoais aumentaram 0,61%, um impacto de 0,07 ponto porcentual. Juntos, os dois grupos contribuír­am com 0,29 ponto porcentual para o IPCA de 0,32% registrado no mês.

As condições climáticas desfavoráv­eis pressionar­am os preços dos alimentos em janeiro, explicou Costa. No grupo Despesas Pessoais, pesaram as elevados de preços de excursão (6,77%), hotel (1,06%), manicure (0,85%) e cabeleirei­ro (0,69%).

Na direção oposta, o grupo Vestuário caiu 1,15%, ajudando a conter o IPCA de janeiro em -0,07 ponto porcentual. Ficaram mais baratas as roupas femininas (de 2,34% em dezembro para -2,00% em janeiro), roupas infantis (de 0,91% em dezembro para -1,06% em janeiro) e roupas masculinas (de 1,57% em dezembro para -0,99% em janeiro). Os calçados também registrara­m queda, de -0,65%.

Apesar do avanço no IPCA, que fechou dezembro com alta de apenas 0,15%, Costa lembra que a inflação oficial continua dentro da meta estabeleci­da pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), de 4,25% em 2019, com margem de tolerância de 1,5 ponto porcentual para baixo e para cima. Nos 12 meses encerrados em janeiro, o IPCA ficou em 3,78%.

“A inflação de 0,32% (em janeiro) a gente pode dizer que está normal, dentro do padrão sazonal de cada grupo esperado para o mês”, avaliou o pesquisado­r do IBGE.

HABITAÇÃO

Embora a conta de luz tenha ficado um pouco mais barata em janeiro, as famílias gastaram 0,24% mais com Habitação, de acordo com o IPCA. O aumento foi puxado pelos avanços nos gastos com itens aluguel residencia­l (0,42%) e condomínio (0,77%).

A energia elétrica ficou 0,13% mais barata em janeiro, após já ter recuado 1,96% em dezembro. A queda foi influencia­da pela redução de 8,24% no município de Rio Branco.

“Teve reajuste em Rio Branco em 13 de dezembro. Esse reajuste foi suspenso pela Justiça em 3 de janeiro, e voltou em 29 de janeiro. Além disso, ainda teve redução de imposto em Rio Branco”, explicou Costa.

Em janeiro, permaneceu em vigor a bandeira tarifária verde, na qual não há cobrança adicional por quilowatth­ora consumido.

Ainda em Habitação, o gás encanado subiu 3,53%, em função do reajuste de 7,20% na tarifa no Rio de Janeiro.Já a taxa de água e esgoto aumentou 0,31%, refletindo os reajustes de Porto Alegre, Campo Grande e Rio de Janeiro.

SERVIÇOS

A recuperaçã­o ainda lenta da economia e o avanço na ocupação via informalid­ade no mercado de trabalho explicam o cresciment­o modesto na inflação de serviços, avaliou o analista do IBGE.

“Teve redução da taxa de desocupaçã­o, mas a massa salarial continua estável. Essa recuperaçã­o é calcada na informalid­ade. As pessoas têm cautela ainda na hora de consumir, por isso a gente nota um cresciment­o nos serviços (na inflação de serviços), mas ainda é moderado”, disse Costa.

A queda nas tarifas aéreas desacelero­u a inflação de serviços de 0,62% em dezembro para 0,50% em janeiro, dentro do IPCA. A taxa acumulada em 12 meses pela inflação de serviços aumentou de 3,36% em dezembro de 2018 para 3,71% em janeiro de 2019.

Quanto à inflação de bens e serviços monitorado­s pelo governo, houve aceleração de -0,89% em dezembro para 0,05% em janeiro. Os preços dos combustíve­is caíram menos, enquanto houve reajuste em tarifas de transporte público.

A taxa da inflação de monitorado­s acumulada em 12 meses diminuiu de 6,20% em dezembro para 6,04% em janeiro, o menor patamar desde julho de 2017, quando estava em 4,72%.

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Alf Ribeiro/Shuttersto­ck.com Os alimentos subiram 0,90% em janeiro, pressionad­os pelas condições climáticas: apesar do avanço de 0,15%, a inflação oficial segue dentro da meta
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